10 janeiro, 2008

Olhando de vez em quando

Há dias dei comigo pensando, como estranha pode ser vida e a forma como a mesma se vai desenrolando.

Por força de uma vivencia profissional, quase sempre bem longe das raízes, foi-me imposto viver em comunidades, umas bem fechadas, outras mais alargadas onde o trabalho e o dia a dia se confundiam, quando não eram uma só coisa.

Assim se passavam meses e anos, tinha ao lado pessoas com quem falava de tudo e mais alguma coisa, no geral acabavamo-nos a comportar quase como familia chegada a quem se contavam as mais pequenas coisas, e de quem ouvia o mesmo, num quase amparar comum, para levar em frente o que nos colocava, fosse trabalho ou diversão.

Por estarmos longe formava-se um grupo que se fechava em si mesmo e que tinha como todos os grupos, os seus pontos altos e também as suas valentes discussões, quando não os seus odios de estimação.

De repente, fosse pelo que fosse, saí, quase todos os laços se quebraram e aqueles que tinham sido parte de um tempo, passaram a ser quase estranhos, passaram a viver numa outra esfera, tinham as suas vidas reais, tal como eu tenho a minha.

Rebobinando os vários tempos, o que foi um estar por inteiro nesses grupos, passou a ser estranho e mesmo eu, me acho estranho em tais sitios por vezes.

Não é saudade, nem nostalgia, é apenas o constatar que os que tal como eu tiveram vidas feitas longe, andaram e se calhar ainda andam e saltar por partes de vida consecutivas, que não se ligam entre si, se isso é a vida no seu conjunto, decerto que será.

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