12 novembro, 2007

Um Poço Descoberto



Foi anunciado com todos os foguetes do costume, a "descoberta de um poço de petróleo" no offshore do Brasil onde a Galp tem uma participação.

Por ter andado uns tempos nessas áreas, dá-me sempre alguma vontade de rir a forma como se escreve sobre o assunto, um bocadinho de trabalho de casa não fazia mal nenhum. Sem querer ser um especialista na questão, que não sou, apenas uns quantos dados sobre a forma como estas coisas se processam, tanto quanto me foi dado ver.

A exploração de possíveis reservas é concessionada por blocos onde a área é especificada. Por contrato, há um período temporal de exploração de vários anos, o qual poderá passar à fase produção se entretanto for declarado o interesse comercial dos furos feitos, chamados poços de exploração.

A concessionária da área de exploração divide os custos agregando outros interessados, normalmente sob a forma de associação, escolhendo entre si qual a operadora que desenvolverá o trabalho a efectuar.

O que vai sendo encontrado é naturalmente ponderado levando em conta todos os factores que são sempre inumeros, pode suceder que os dados obtidos sejam guardados para "melhores dias" ou "melhores interesses", consoante acordem entre si os participantes na associação.

Muitas são as vezes em que os trabalhos de exploração se vão prolongando quase até ao limite de tempo concessionado para exploração, e só nessa altura, é declarado o achamento de reservas com interesse comercial. Um caso eu sei de ser declarado um poço comercial menos de um mês antes do fim do contrato.

É então o momento de dar a conhecer a nova área, à qual se atribui um nome, e publicitar o achamento de um ou mais poços com valor comercial, não encontrei pormenores sobre o anuncio feito, mas leva-me a crer que terá sido nomeado um determinado campo, no qual começou por ser declarado um poço com valor comercial, outros se seguirão, já que ninguém explora crude no mar a partir de um unico poço, daqui à fase efectiva de produção passará algum, longo tempo.

Isto é o que normalmente sucede, e julgo que não foi abandonado, ninguém fura e vai logo a correr gritar aos quatro ventos, "achei petróleo", olha logo que meninos.

ps: a foto foi "pescada" num site da Galp, e julgo sem errar que se refere a uma Plataforma de Produção, que normalmente estão ligadas a diversos poços em simutâneo.

Paco De Lucia Plays Cositas buenas

Vai estar por cá no dia 29 de Novembro, vamos ver se o consigo ir ver.
Para quem não conseguir ir, fica aqui um cheirinho, e que cheirinho

02 novembro, 2007

A não perder é delicioso e lê-se num instante


Já tinha visto o seu nome nas minhas andanças por Angola, mas devo confessar que nunca tinha lido nada deste autor

Há dias comprei dois dos seus livros e tenho-me deliciado a ler os mesmos, não sou critico especializado, apenas tenho o "vicio" de ler, coisas de, e sobre Angola, são naturalmente para mim apelativas.

Sobre Ondjaki eis o que recolhi por aí:

Ondjaki nasceu em Luanda, em 1977.Interessa-se pela interpretação teatral e pela pintura (duas exposições individuais, em Angola e no Brasil). Participou em antologias internacionais. Escreve para cinema e co-realizou um documentário sobre a cidade de Luanda (Oxalá cresçam Pitangas, 2006). É membro da União dos Escritores Angolanos. É licenciado em Sociologia. Recebeu no ano 2000 uma menção honrosa no prémio António Jacinto (Angola) pelo livro de poesia Actu Sanguíneu. Em 2005 o seu livro de contos E se amanhã o medo obteve os prémios Sagrada Esperança (Angola) e António Paulouro (Portugal).

Ler "Os da Minha Rua" e "Bom dia Camaradas" é rever Luanda num tempo e num espaço muito especial, são livros pequenos que se leêm de rajada, não percam

O Pisca ia-se revoltando

Ia-me esgatanhando pelo facto de o ter deixado ao abandono tantos dias, mas já voltei, o Pisca já está mais calmo, com um pacote daqueles que ele gosta.

16 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 16/10

No Portugal Diário Online

80 euros para ser feliz

Um instituto de Psicologia vai ensinar as pessoas no Algarve a serem felizes a troco de 80 euros, isto num curso de um dia que começa quarta-feira na Quinta da Calma, em Almancil (Faro), escreve a Lusa.
....

O curso de um dia, que custa 80 euros, servirá apenas de introdução ao tema da Programação Neurolinguística, antecedendo a realização de um curso básico de 180 horas, em Novembro, também na Quinta da Calma, mas que custa 1.500 euros.

então em que é que ficamos ? cá p'ra mim uma aposta no euromilhões é mais barato, a não ser que tenha Pai rico ou .....

13 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 13/10

No Jornal de Noticias

Detido burlão do "dinheiro negro"

A Polícia Judiciária, através da Directoria do Porto, deteve um indivíduo, com 37 anos, natural dos Camarões, sem profissão conhecida em Portugal, por suspeita da prática de vários crimes de burla qualificada, no Norte e na Grande Lisboa, que terão causado prejuízos de natureza superiores a quinhentos mil euros.
......

Os crimes de burla tinham como especial "modus operandi" a exibição de determinados maços de papel preto, recortados no tamanho de várias notas de euros ou de dólares norte-americanos, que o detido, por vezes também acompanhado por outros indivíduos, fazia crer aos mais incautos tratar-se de dinheiro verdadeiro, originário de procedimentos ilegais realizados em África. Dizia, então, que os tinha escondido com determinados produtos químicos para o conseguir mais facilmente retirar daquele continente.

Aos interessados na aquisição desses "maços de notas" eram prometidos lucros superiores a cem por cento do capital a investir e que resultariam, tão só, da adequada utilização de determinados produtos químicos que permitiriam que o "dinheiro negro" voltasse à sua forma e aspecto originais.

Conheço esta história há vários anos, e a mesma tem sempre dois personagens para que funcione:

Um pobre aflito que quer resolver a sua vida - O dito Burlão

Um esperto que quer ganhar e muito bem à custa do "aflito" - O dito Burlado

Se funcionasse seria ao contrário ??

08 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 08/10

No Correio da Manhã

Titulo de 1ª página

Patrões e sindicatos escondem rendimentos

desenvolvimento

O Tribunal Constitucional (TC) notificou em Fevereiro deste ano 59 membros do Conselho Económico e Social (CES), órgão constituído por 66 representantes de várias associações, para apresentarem a declaração de rendimentos, como prevê a Lei 25/95. Entre os membros do CES notificados estão representantes de associações patronais e sindicais, como Francisco Van Zeller, José António Silva, José Pinto Coelho, João Proença e Carvalho da Silva.

Há vários anos contaram-me o seguinte:

Reagan e Gosbachov decidiram fazer uma corrida à volta da Casa Branca, parece que o Gorbachov sendo mais novo chegou primeiro.

Titulo do Pravda - Corrida de Presidentes, Gorbachov Ganha, Reagan em ultimo

Titulo Usa News - Corrida de Presidentes, Reagan em 2ª, Presidente Russo em Penultimo

Cada um faz os titulos que mais gozo lhe dá

06 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 06/10

Sei que faltei por 2 dias, acontece ..., não foi por falta de assunto !

No Publico Online:

Relatório do BCE
Bancos apertam condições de concessão de crédito na zona euro 05.10.2007 - 15h41 Lusa

Os bancos europeus apertaram as condições de concessão de crédito na sequência da crise financeira associada ao crédito hipotecário de alto risco, segundo um inquérito do Banco Central Europeu hoje divulgado.


O relatório trimestral sobre os empréstimos da banca, que foi divulgado um mês mais cedo do que o habitual devido à agitação do mercados, refere que os bancos limitaram no terceiro trimestre as condições de concessão de empréstimos às empresas e para a compra de habitação por parte das famílias, depois de um longo período em que essas condições se mantiveram inalteradas.


No crédito ao consumo, a tendência foi inversa: houve uma facilidade maior na concessão de dinheiro emprestado

P'rá casa tá complicado, bora trocar de carro ..... !!

03 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 03/10

No Portugal Diário:

«Há limites para o que se diz»
Director da PJ explica assim o afastamento («demissão é muito forte») do coordenador da investigação do caso Maddie, Gonçalo Amaral, depois deste ter criticado a polícia britânica. Além disso, explicou, «não se pode faltar ao respeito» à «lealdade que mantemos com as outras polícias».

no mesmo sitio, mas noutra noticia:

O Daily Mail comenta que o inspector português foi demitido depois de ter acusado os detectives britânicos de se deixarem enganar pelo casal McCann, que só investigavam as pistas que eram favoráveis aos pais da criança. «O seu ataque levou a uma reprimenda do ministro da Justiça de Portugal, Alberto Costa, que disse: "precisamos de nos concentrar na investigação e não nos comentários"».
.......
«A sua figura corpulenta e cheia de suor era uma presença familiar nos restaurantes e cafés perto da sede da polícia em Portimão», comenta o jornal, que diz ainda que o inspector português não se coibia de falar para quem o quisesse ouvir, acusando o casal McCann de ter morto a filha.

Como não tirei nenhum curso de direito ou criminologia, bem como, nunca consegui descobrir os culpados nos livros de George Simenon, o meu preferido, antes da ultima página, fico apenas pelo que vou lendo aqui e ali.

02 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 02/10

No DN

Escravo do carrossel acolhido em instituição
PAULO JULIÃO, Viana do Castelo

O jovem deficiente que durante mais de um ano foi escravizado num carrossel ambulante, ameaçado de morte e agredido pelo patrão até ser resgatado pela PSP, será integrado nos próximos dias numa comunidade de inserção protegida, anunciou ao DN o director do Centro Distrital de Segurança Social de Viana do Castelo.
......

De facto, e apesar da deficiência que apresenta, o jovem, natural de Viana do Castelo, possui conhecimentos de electricidade e esteve mais de um ano a trabalhar para um empresário de divertimentos ambulantes, a troco de 130 euros mensais que não chegou a receber. Em feiras e festas, durante mais de um ano, percorreu todo o Norte de Portugal e até a Galiza. Tentou fugir, mas foi ameaçado de morte e agredido pelo patrão. "Estava preso, contra a minha vontade. Era como um cão preso à corrente", contou ao DN.

Não consegui arranjar um comentário.

01 outubro, 2007

Uma Noticia Por Dia - 01/10



A Polícia Municipal (PM) integra hoje 150 novos agentes, para reforçarem os quadros da força, provenientes da Polícia de Segurança Pública (PSP) com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa. (RTP Online)

Delicioso foi ver a peça da SIC Noticias, com os Agentes todos em fila, para receber de uma fita que deverá ser colocada no respectivo boné (espero que se designe assim), semelhante à que está na imagem aqui colocada

Qual vendedor de fita de nastro, lá ia sendo entregue um pedacinho a cada um, que depois se deverá desenrascar para a colocar no sitio certo. Não cheguei a saber se era mesmo dada ou a teriam que pagar, às tantas !!

O Sr.Presidente da Câmara assistia embevecido e lá botou faladura.

30 setembro, 2007

Miradouro de Almada

Foi noticia

Aquela cena do:

Eu é que sou Presidente da Junta !

Uma Noticia por Dia - 30/09

No Jornal de Noticias:

Série regressa esta noite ao serão da RTP1

A estação pública volta a apresentar hoje , às 22.20 horas, dois novos episódios da série de "Conta-me como foi".

A interrupção, sem justificação aparente, seguida de repetições de episódios durante o Verão, motivou mesmo diversas queixas para o Provedor do Telespectador, tal o interesse que a série suscitou junto do público.

A série tem a continuação assegurada, já não produzida pela RTP mas pela SPFilmes e com a mesma equipa .

Com música original de José Cid, a série tem no seu elenco nomes como Rita Blanco, Miguel Guilherme, Catarina Avelar e Margarida Carpinteiro, e retrata a forma como se vivia em Portugal desde os finais da década de 60. "Conta-me como foi" é a adaptação de uma série de ficção original espanhola e a sua acção inicia-se em Março de 1968 e relata a vida de uma família lisboeta, de classe média baixa.

Sem comentários

ps:ontem acabei por não arranhar nada, culpa minha

28 setembro, 2007

Uma Noticia por Dia - 28/09




No Correio da Manhã:

Carlos do Carmo foi ontem submetido a uma pequena cirurgia para colocação de um pacemaker junto ao coração. Segundo fonte hospitalar, “é provável que possa ter alta” hoje do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde esteve internado desde terça-feira à tarde.

“O meu pai está com excelente cara. Mas imagino que possa ainda ficar no hospital no fim-de-semana”, admitiu ontem Gil do Carmo ao CM. “Está muito bem-disposto e contente de nos ter todos a seu lado”, frisou, salientando o “acompanhamento total” ao fadista feito “só pela família”.

Vá lá já estamos com saudades de o ouvir de novo !

27 setembro, 2007

Uma Noticia por Dia - 27/09


No Sol Online:

Decisão da administração
Última edição do Tal & Qual sai amanhã para as bancas


A administração do Tal & Qual decidiu encerrar o semanário que amanhã é publicado pela última vez, avançou o director do título com 27 anos


nunca foi das minhas preferências, mas é mais um engolido na voragem, qualquer dia ficamos só com a "Maria"

26 setembro, 2007

Uma Noticia por Dia - 26/09

No DN hoje:

Um homem armado com uma caçadeira assaltou, ontem, pelas 09.30, a dependência do Banco Santander Totta, na Mealhada. Depois de obrigar, sob ameaça da arma, o caixa a entregar-lhe o dinheiro à sua guarda, o assaltante fugiu, num carro que teria estacionado a poucos metros, deixando cair pelo caminho moedas e notas.
......
Nessa altura, porém, já o assaltante tinha fugido, a GNR chegara já ao local e alguns populares tinham recolhido notas e moedas que "o ladrão deixou cair ao chão, na rua", contou uma mulher, que "apanhou três notas de dez euros". Mas, calcula, "não foi muito o dinheiro que ele perdeu" e que o banco, através dos populares, conseguiu assim recuperar.

não aprendem o "oficio" depois é no que dá ....

Já agora não resisti, também no DN

"Santuário custou o dobro" - pela pessoa certa: JACINTA ROMÃO

25 setembro, 2007

Uma Noticia por Dia - 25/09



Apanhado no Carmo e a Trindade

http://carmoeatrindade.blogspot.com/


Um calhamaço exagerado para Educação Física. Você não acha?

Pessoa amiga fez-me chegar esta foto. Nela, o Dicionário que conhecemos, super-útil, e que sabemnos que é um calhamaço considerável. Nela também, os dois volumes de um livro destinado aos 10º, 11º e 12º anos (?) de Educação Física. Meus senhores, leio no e-mail que me foi enviado, uma coisa muito séria: aquela coisa destinada a Ed Fís custa mais de 26 euros e tem perto de 600 páginas. isto não é para licenciatura, dizem-me: é para doutoramento, de certeza...

Peço desculpa mas não resisti.

24 setembro, 2007

Uma noticia por dia - 24/09

Morreu Marcel Marceau
"Só a Mentira precisa de palavras ! "
dizia ele

22 setembro, 2007

As coisas que me lembro

O Bastonário arranjou emprego no estrangeiro, isto fez-me lembrar, quando falando à mesa, muito longe daqui, dizia alguém para quem queria ouvir

- Tinha acabado o curso há pouco tempo, e não é que um tipo qualquer se meteu numa alhada que toda a gente noticiava, fui lá a correr, ofereci-me como defensor, nem cobrei nada, o pobre não tinha um tostão, mas foi bom para começar, um gajo tem que estar atento, acho que o tipo se safou.

Nem sonham onde está o autor, nem por onde andou, escusam de perguntar que eu não digo, mas não é o Bastonário.

20 setembro, 2007

O Meu Belém



Daqui a 3 horas, o meu Belenenses joga aqui contra o Bayern de Munique. Há 19 anos foi contra o Bayer das aspirinas e a dôr de cabeça foi deles e de que maneira.

É giro que quase sempre quando digo que sou do unico clube decente em Portugal, respondem logo, "Belenenses", porque será ?






Vamos a eles são só onze !
Bóra Belém !!!

ps: O estádio do Restelo com o Tejo ao fundo é muito, mas muito mais bonito

Depois do Jogo:

Perder por 1-0, mais que um bom resultado foi o gosto de ver uma equipa que nunca andou de cara baixa e a pernas a tremer. Para os abutres, terão que meter a viola no saco. No Restelo vamos ver como será.




19 setembro, 2007

Bons Começos


Naquele tempo entre a escola e o poder ganhar alguma coisa, quase sempre acabavamos por optar pela segunda opção. Foi o que me sucedeu nos meus 15 anos, por conhecimentos que não vêm ao caso, dei por mim empregado.

Não era mau, só trabalhava de tarde, começava às 13 horas, e ficava até às 18 ou coisa assim, a memória já me falha de vez em quando.

No primeiro dia, lá fui eu cheio de orgulho, apresentar-me ao serviço, depois de atravessado o barco, vai de subir por ali a cima, Baixa, Restauradores, Avenida da Liberdade e, Praça da Alegria, era no prédio do Maxime, e bem perto do Parque Mayer, começava bem.

Não me lembro em que andar era a Associated Press, fui recebido por um dos mais notáveis jornalistas, Renato Boaventura, só o vim a saber muito tempo depois, o qual depois de me explicar o serviço, indicou uma secretária onde me sentaria para o que fosse necessário.

Era um trabalho de paquete, como se dizia na altura, e tinha como funções entre outras, atender o telex que ele diligentemente me ensinou, arrumar os jornais que podia ler quando não tivesse nada que fazer, e ponto importante, receber o serviço de uma agência, julgo que Lusitânia, cujos despachos devia arquivar de imediato no caixote do lixo.

Pela tarde fora fui conhecendo o resto dos ocupantes, o chefe era um tal Dennis, cujo apelido não me recorda, uma senhora inglesa com uma certa idade e de uma ternura imensa, Jose Shercliff, correspondente do Times, julgo não errar, mais tarde conheci o Joaquim Letria, que sempre me espantaria pela velocidade com que escrevia numa pequena máquina portátil.

Tinha sido admitido porque já me desenrascava com o inglês, assim podia responder ao telex, e falar com os ocupantes estrangeiros sem grandes complicações. Era-me dada uma verba para transportes, para quando fosse preciso ir aos jornais ao Bairro Alto buscar fotos ou outros documentos, claro que corria por ali acima e ficava com o dinheiro já que ninguém me pediria contas do mesmo.

Mas bom era mesmo o facto de coincidir a minha entrada com a chegada das bailarinas do Maxime para os seus ensaios, aí ficavam os olhos em bico.

O primeiro dia ficaria também marcado pelo facto de ao saír, o Joaquim Letria me dizer, vai com cuidado porque lá para o fundo da Avenida há confusão, e havia mesmo a Policia de Choque distribuía por tudo o que mexesse naqueles lados, não sei bem como passei, mas com aquela idade devo ter corrido um bom bocado mais que eles.

Estava no melhor dos mundos, a trabalhar só de tarde, ia aprendendo feito esponja o que ouvia e via com tais mestres ali por perto, tinha a Parque Mayer para passear, e claro as tais bailarinas do Maxime.

Não fiquei por lá muito tempo, uns meses apenas, depois deu-me na veneta e resolvi ir procurar emprego noutro lado, arrependi-me bastante e voltei à escola, mas ficou bem marcado tal inicio pela forma e conteudo.

ps: foi a unica foto que descobri, bem que tentei o pequeno jardim da Praça

13 setembro, 2007

Antes que o Pisca me esgatanhe

Tenho andado uns dias ocupado e outros sem grande "inspiração" para vir aqui ao Blogue.O que vai sucedendo é de tal modo comentado e "recomentado" que já nem sei por onde ir.

De um lado a Menina da qual ninguém sabe, mas sobre a qual todo o mundo bota faladura, tudo é técnico, policia, jurista, psicologo, padre, é um fartar vilanagem, mesmo bom foi um Sindicalista da Judiciária que em meia duzia de palavras resumiu tudo, enfim coisas de quem sabe mesmo do oficio.

Agora temos outra, o sopapo, murro, agressão, tapinha, e tudo o mais do chefe da selecção, mais um monte de palavreado, pró e contra (só espero que a Fatinha não venha aos berros), mas esta procissão ainda agora está à porta da igreja.

Pelo meio andam aí uns senhores a "dar" computadores e outras coisas tais.

Assim vai o mundo, era um noticiário que viamos quando iamos ao cinema, onde comiamos caramelos que se colavam aos dentes e nalguns casos pevides, cinema do cuspo, séculos antes das pipocas.

Ah ! Já me esquecia estão a inaugurar, enquanto escrevo este post, mais uma escola aqui mesmo a meio da minha rua, novinha em folha, posso até ver da janela, isso sim é noticia, pelo menos para mim.

O Pisca já ficou mais calmo !!!!

05 setembro, 2007

Poupar no Papel

Porque a vida era mesmo assim, comecei a trabalhar bem cedo, e logo a ter a oportunidade de conhecer gente que me foi ensinando, entre outras coisas, a ler Jornais. Pouco tempo passado, e estava eu alí na Rua Nova do Almada, a ver Lisboa passar à frente dos olhos, num desfile de vaidades, algumas, e outros ainda que muito me foram uteis na formação, boa e má, porque ambas também conta.

Como me lembro do passeio matinal do Mestre Manta que não deixava de entrar todos os dias no sitio onde eu ia aprendendo a trabalhar.

Morava na Margem Sul, tinha todos os dias o prazer enorme de ler o jornal da tarde, vespertinos assim eram chamados, comprava o Diário de Lisboa na esquina do Tribunal da Boa Hora a minha companhia no barco até Cacilhas, e olhem que nos dias de Tejo agitado, era bem util, sentadinho mesmo no meio do barco para sentir menos a ondulação.

Ficou-me o gosto do papel e do cheiro da tinta, somado ao que ia lendo escrito por gente de ofício, alguns inclusivé tive a oportunidade, se calhar por mim desperdiçada, de privar com eles, um dia vou contar.

Com o andar dos tempos o bicho ficou, mas o gosto não consegue hoje suplantar o que vou vendo, erro meu poderá ser, ler os jormais e as noticias publicadas cansam-me e muito.

Parece que da tesoura e cola, passamos ao "copy-paste", uma noticia num jornal, torna-se noticia em catadupa em todos os outros, mais virgula menos virgula, uma opinião emitida por uma "sumidade de serviço", tem um efeito de eco repetido até à exaustão, por outros "comentadores" ou "opinion makers", fica melhor assim, basta estar atento para verificar.

As centrais de imagem parecem dominar as páginas principais dos jornais, só sucede o que elas determinam, só acontece como elas deixam que seja, até prova em contrário nada mais é noticia, nem que "o homem morda o cão".

Há e tenho provas disso, profissionais que dia a dia devem travar uma luta tremenda para que um jornal seja um conjunto de noticias, de facto, e não um "bloco de encomendas", mas valores bem mais altos se levantam, e esses profissionais devem acabar na agenda do Governo Civil e pouco mais, enquanto os mais novos ou recém chegados vão sendo moldados à novas formas.

Ainda sou do tempo que quando de falava dos caldos de carne, era obrigatório colocar num cantinho uma sigla "pub".

Por isso mesmo ando a poupar no papel, passo os olhos pelas edições online e chega, ou melhor chega e sobra quase sempre.

ps: as tvs seguem a mesma linha claro

31 agosto, 2007

O Comportamento dos Gatos

Li há vários anos num livro sobre o negócio do petróleo à escala mundial, escrito por um Ex-Ministro o seguinte:

"As grandes companhias petrolíferas, quando se encontram comportam-se como os gatos, ronronam entre si e nunca se consegue saber se, se irao acariciar, ou andar à bulha"

Não sei porquê mas, cola-se perfeitamente à novela de um banco que anda por aí, e o diz que diz dos accionistas e administradores de referência, ou com mais "cacau" envolvido.

Que já dá em directo e às 20.00 horas isso dá. Estava a ver que ainda interrompiam o futebol e tudo.

28 agosto, 2007

Em que é que ficamos ??

Hoje de manhã, previsão de temperaturas para Lisboa nos noticiários da manhã:

RTP - 27º/17º
SIC - 30º/18º
TVI - não consegui recolher mas parece-me que igual à RTP

No Site do Instituto de Meteorologia - 27º/16º

Há dias era bem pior, SIC - 25º máxima e RTP com 33º e TVI com 27º (devia ser a média)

Quantos são os fornecedores ??

27 agosto, 2007

Conta-me Como Foi


Tem vindo a RTP a apresentar, mesmo com horários mais ou menos erráticos, uma série adaptada de um original espanhol, designada por "Conta-me Como Foi".

Não vou fazer qualquer consideração crítica, não me acho habilitado a tal, mas a série levou-me de novo a vários sitios e situações. Quem quiser saber mais poderá encontar uma pequena sinopse no site da RTP.

Uma das mais tocantes para mim é a referência ao trabalho de costureira externa, feito um pouco por todo o lado, viviamos no tempo em que a mulher deveria estar em casa a "cuidar do lar", mas como a vida apertava havia que descobrir outra forma de ajudar nas despesas.

O primeiro passo era comprar uma máquina de costura, haviam duas marcas na altura e uma das mais procuradas era a Oliva, vendida a prestações que não quero garantir serem semanais, tinham nalguns casos, quando se resolvia arriscar mais, um motor incoporado em vez do normal pedal. Boas galhetas levei por andar a acelerar no motor lá de casa.

Depois havia que procurar trabalho, ou este já estava acordado nas mais diversas empresas, em especial os grandes armazéns da baixa de Lisboa ou ainda, por ser mais rentável ou mais certo o trabalhar para o Casão Militar, vulgo das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento.

A guerra consumia a juventude e as sucessivas levas obrigavam a pilhas e pilhas de fardamento, era ver ali na Graça, perto do Campo de Santa Clara, mais propriamente no Outeirinho da Amendoeira onde ficava a fábrica, grupos e grupos de mulheres com os atados de peças prontas para entregar, e na volta, depois de receberem o seu pagamento, penso que era feito na altura, voltarem para casa com outra carga de peças para cozer o mais rápido possível, o ciclo não parava.

Para se ser costureira externa havia que obter um cartão, isso passava por diversas questões burocráticas aliadas a algumas boas ou más vontades. As mais perfeitas , ou melhor relacionadas tinham inclusivé a distinção de fazer os galões, assim se chama o que normalmente designamos por divisas, dos oficiais.

Foram anos e anos de trabalho continuo num misto de Donas de Casa e Costureiras, sem horário nem descanso, sujeitas apenas a uma regra, quanto mais rápido trabalhassem mais ganhavam e mais trabalho traziam.

Não será do conhecimento de muita gente este carreiro de formigas, a tal série da RTP fez-mo lembrar é sempre bom não esquecer, mesmo o que pode ter sido menos bom.

Na busca de alguma informação para este post, dei de caras com este pedaço:

Tribunal Central Administrativo do Sul, 10308/00, Secção:Contencioso Administrativo - 1º Juízo Liquidatário, Data do Acordão:03-11-2005
3)- Não tem direito ao subsídio de aposentação , uma costureira que não se encontrava em actividade à data da entrada em vigor do DL nº 218/76 , já que a mesma deixou de trabalhar , em 02-04-74 , antes do fim da guerra , além de que recebia à peça , indo buscar a obra ao estabelecimento do Exército , e entragando-a , depois de devidamente confeccionada ,e , acabada , não tinha vínculo à função pública .
4)- Não se encontrava ligada ao Ministério do Exército por um contrato de trabalho subordinado , mas por um contrato de prestação de serviço, laborando fora das instalações militares.
Penso que nesta altura a tal série passa aos domingos a partir das 18.00 horas, mas é melhor confirmar.

21 agosto, 2007

O Fado que nos une




O que vou dizer será uma tremenda heresia para os mais puristas, mas tive oportunidade de o verificar.

Para além da lingua Portuguesa, o Fado tem o seu papel de união atravéz dos povos de Lingua Portuguesa, eu conto.

Sendo dado às musicas e afins, durante as minhas andanças por Angola e em especial em Luanda, fui levado por um amigo meu até a um dos diversos sitios onde se cantava fado.

Apresentado ao grupo que cultivava (como se usa dizer), a canção num arremedo de saudade por um lado e gosto de o fazer por outro, acabei por ser integrado no grupo.

Tive assim oportunidade de participar em inumeras cantorias que um pouco por toda a cidade de Luanda iam acontecendo ao acaso dos pedidos ou dos sitios disponíveis.

Eram famosos os serões de Fado Vadio que aconteciam religiosamente às 6ª feiras à noite na Associação 25 de Abril, num edificio espantoso que fica na Baixa da cidade. Tinham esses serões as mais diversas audiências, desde Portugueses radicados, a Angolanos que não perdiam uma, de entre estes, era normal encontrarem-se por vezes altos dirigentes de Angola, ou quando sucedia acontecer a FILDA, Feira Internacional de Luanda, visitantes havia que para além do seu trabalho tinham como ponto a visitar as tais sessões de Fado, era parte do seu programa de viajem.

Com grande pena minha não tenho nenhuma foto da sala que é espantosa, um rectângulo com um pé-direito que albergava um varandim que se estendia pela sua metade.

Acontecerem noites inesquecíveis, lembro em particular uma em que surgindo o Rui Mingas por lá, acabámos já de manhã numa mistura de Fado e musica Angolana onde o Rui que não aparecia a cantar há anos, nos foi mostrando o que tinha guardado no bau, coisas que acontecem não se programam.

Com infinita paciência o Jeronimo na guitarra e o Purificação na viola, onde se juntava por vezes o Nito, iam acompanhando quem aparecia e enquanto houvesse "fregueseses" a coisa lá ia decorrendo.

O grupo foi-se alargando, era sucessivamente convidado para os mais diversos sitios, chegou inclusivé o Embaixador de Portugal na altura, a pedir para se ir cantar a sua casa para convidados que tinham vindo de Lisboa, noutros casos ainda, lá iamos aos mais diversos sitios de Angola porque os pedidos foram surgindo.

A este grupo ainda juntaram-se algumas alunas da Escola Portuguesa, que pela sua qualidade se foram afirmando como cantoras de grande potencial, o Purificação como seu professor na Escola encarregava-se de lhes ir metendo o bichinho.

Não faziam parte deste grupo apenas portugueses, angolanos e angolanas foram também surgindo e ficando.

Uma coisa foi sempre certa, mais do que a qualidade dos cantores, que como amadores faziam o que conseguiam, o Fado era o traço de união nos mais diveros sitios, ouvido quase sempre com aquela "religiosidade" necessária, por todos os que iam acorrendo às funções.

Continua ainda a acontecer em Luanda quase todos os fins de semana num traço de saltimbancos, lá vai indo com os mesmos musicos e as vozes que acontecerem estar disponíveis, onde calha acontecer.

Que não se perca, um dia destes vou aí.


Muito Grave

Tive hoje um impulso para comentar mais uma "medida governamental", mais do que ponderar as palavras, devo confessar que me auto-censurei por hipotéticas consequências, que mais do que poderem atingir-me, poderia ter efeitos colaterais.
É grave o que se vai instalando, quer queiramos ou não.

17 agosto, 2007

Sopa de Beldroegas


É divinal e fui encontar uma receita por aqui:


aqui vai:

Numa frigideira frite carne magra, entremeada e entrecosto, depois de bem fritinha escorra a gordura para um tacho onde coloca cebola às rodelas finas, alho picado, tomate, louro e as beldroegas (só as folhitas) e deixe refogar. Pele e corte batatas às rodelas com espessura de 0,5cm, junte água e deixe cozer, deite ovos, para escalfar, e queijos de cabra meia cura. Sirva com sopas de pão juntamente com a carne.

Bom apetite.....

16 agosto, 2007

Lembrando tempos divertidos

Pelos idos de 60 a 70, era normal haver nas mais diversas colectividades de Almada e arredores, bailes animadissimos, que eram "abrilhantados" por vários Conjuntos Musicais, as funções aconteciam sábado à noite domingo à tarde e por vezes ainda domingo à noite, isto alternadamente nas diversas salas, e com toda a intensidade na época de carnaval.

Ficavamos extasiados, não só com as meninas mas também com a arte e engenho dos musicos que iamos ouvindo e vendo nos palcos daqueles salões, estava lançado o bichinho para nos metermos a musicos também.

Em casa nem pensar em musicas, tinhamos era que estudar ou os menos afortunados que trabalhar e ser cumpridores.

Junto o grupo dos futuros musicos começávamos por distribuir entre nós os diversos instrumentos, melhor dizendo a candidatura aos mesmos, os que conseguiam algum dinheiro, muito pouco sempre, lá compravam uma viola na feira ladra, estava dado o tiro de partida.

Havia na altura uns manuais de posições correspondentes aos tons para viola, que se vendiam no Custódio Cardoso Pereira ali ao Rossio, bem baratos, mas era alguma coisa, e vai de começar a função, para bateria qualquer lata e dois paus já ajudava e de que maneira.

Um dia um habilidoso qualquer descobriu que as pastilhas dos bocais dos telefones publicos podiam ser adaptadas e com uns fios ligava-se a coisa ao rádio lá de casa tornando-se o instrumento electrico, o resultado era brilhante, a companhia dos telefones passava a vida a repôr pastilhas e os rádios de casa de vez em quando lá estoiravam, quando não davam choques se iam aguentando por amor à musica.

Salvo rarissimas excepções, alguns que tinham andado nas filarmonicas, ninguém sabia uma nota do tamanho do Cristo Rei.

Depois de rodada a banda, e com o apoio mais ou menos louco do pai de alguém, lá se conseguiam comprar os primeiros instrumentos, geralmente usados, que ficavamos a pagar a prestações normalmente longuissimas e sem juros.

Com a maior das calmas, lá iamos com a tralha às costas tocar de borla depois de vários pedidos e cunhas metidas. Para começar, a formação era a do costume, três violas e uma bateria, tudo ligado a um unico amplificador, com umas colunas feitas por um habilidoso e um unico microfone, o som era um desastre completo, mas a vontade era mais que muita.

O que desafina-se menos cantava, e mesmo que não soubesse inglês, fazia de conta.

Passado algum tempo lá se começava a receber algum dinheiro, que ajudava a pagar o transporte e a amortizar a divída a quem tinha "confiado" nos talentos em desenvolvimento.

O que nos divertiamos pagava tudo, e por outro lado já podiamos olhar de cima para as miudas, eramos musicos e tocavamos num conjunto, como se dizia na altura.

Estes Conjuntos, prefiro chamar assim, eram de rotação constante, a tropa punha e dispunha nas formações que frequentemente tinham que substituir os que se iam forçosamente ausentando.

Demorava tempo, diria anos, até que finalmente conseguissemos vêr algum dinheiro em troca, o que como é de calcular, ajudava ainda mais à vontade de prosseguir uma carreira (aqui para nós destinada ao anonimato), na maioria dos casos, alguns houve que foram bem mais além porque de facto tinham mesmo talento, lembro-me do meu amigo Zé Nabo, hoje musico conceituadissimo, se alguém o vir, um abraço para ele.

Isto sucedeu por todo o País, era o tempo dos musicos de carne e osso.

Palavras Sábias

Andando por aí descobri e passo a citar:

"Nada tenho a ver com estes realejos literários que por aí se editam. Tenho profundíssimo respeito, admiração e consideração por Agustina, Saramago, Mário Cláudio. Não vendem fruto com bicho. O resto, deixou de me interessar. A maioria está a escrever sobre a vidinha, sem ter experimentado a vida, sem a ter arriscado. São escritores que vendem muito bem, põem gel no cabelo e na escrita. A literatura, como o jornalismo, deve ser moral em acção, e ambos são tão perigosos como a prática do alpinismo."

Batista Bastos - Numa entrevista ao site da SPA

13 agosto, 2007

Lou Rawls Lady Love Live

Também faz parte do muito que "ensinaram" a ouvir.
Por vezes parece de veludo a forma como canta pela suavidade e tremendo balanço que coloca na voz, como se tudo fosse de uma simplicidade total, brotando assim sem mais nada, apenas porque existe.
Também teve uma participação social relevante, Infelizmente já desaparecido.
Se alguém descobrir uma gravação sua onde cantava Little Drummer Boy, não percam é sublime.

02 agosto, 2007

Lueji


Tive a oportunidade de trocar algumas palavras com PEPETELA, já que era "freguês" habitual das fadistices que iam acontecendo por Luanda.

Foi então que lhe disse, que sendo seu fiel leitor, o romance Lueji, tinha sido o mais dificil de ler, por circunstâncias de vida na altura, e acima de tudo pela forma como o mesmo é construído e se vai desenrolando.

Isto não impede que o considere, pelo menos para mim, um dos mais fascinantes.

Aproveitem as férias e procurem-no.

Fica uma simples sugestão

31 julho, 2007

Cavalo á Solta - Fernando Tordo (Ary dos Santos)

Do melhor que se compôs e escreveu em Português.
Na minha modesta opinião

Joan Manuel Serrat - Mediterráneo

Mais uma daquelas coisas que me foram dadas a ouvir há muito tempo.

Espero que disfrutem e para quem não conhece que descubra

29 julho, 2007

O que nos pode suceder

Conheci há dias uma personagem, que depois de alguns telefonemas e conversas aqui e ali, resolvemos dar-nos ao conhecimento num clássico café, para nos vermos "ao vivo e a cores".

Tudo bem, marcada a hora lá compareci no local.

Eis se não quando o café já estava transformado para num jantar seguido de cinema, havia um filme que lhe interessava, resta dizer que eu era o ultimo a saber de tal plano, devia apenas limitar-me a seguir as instruções.

Só para ver até onde ia a confusão entre velocidade e precipitação lá fui, assim numa espécie de "boa acção", realmente se me perguntarem como era o filme, nem me lembro, sobre o jantar foi surrealista, mas nem conto, imaginem.

Coisas que sucedem e que esperamos sempre não repetir.

Resta acrescentar que cumpro todos os requisitos para poder meter-me em alhadas destas sem outro inconveniente que não seja o chegar ao fim chateado comigo mesmo.

Raios partam o assador ou o carvão

Disse-me logo que eram demais, as 4 douradas que resolvi preparar para o almoço de hoje com o meu filho, comecei a acender o dito lume bem cedinho, o desgraçado trocou-me as voltas e já passavam das 14 horas e ainda pacientemente as douradas não atavam nem destavam.

Lá se foram comendo meio grelhadas no carvão, meio sushi à portuguesa.

A fome era tanta que marcharam todas, mas isso já sabia desde a hora em que as comprei.

Que o grelhador e o carvão esteve quase a ir pela pela varanda fora, isso esteve.

Foi um almoço tão ecológico que nem um vinhito branco fresquinho apareceu, compensei com no final com um nespresso e uma aguardente velha, um homem não é de ferro.

Posts ao acaso

Porque é domingo e estou sem nada para fazer, ou que me apeteça mesmo fazer, deu-me para ir "chutando" posts pequeninos sobre tudo e sobre nada

27 julho, 2007

Há coisas bem simples, julgo eu !


Tive em tempos a oportunidade de trabalhar numa empresa, que pela sua enorme dimensão internacional, necessitava de ter procedimentos que tornassem os seus actos dos mais complexos aos mais simples, iguais onde quer que se encontrasse.

Era norma corrente dizer-se que, se não havia procedimento aplicável, então havia que o criar de imediato.

Um dia, por uma questão tão simples como fornecer sandes a pessoal externo à empresa, mas a trabalhar para a mesma, antes de iniciar esse fornecimento, foi necessário "escrever" o tal procedimento a aplicar.

O que seria apenas uma questão de contar as ditas sandes e saber quem as pagaria, coisas de contabilistas, por força do hábito em uso foi feito um rascunho, e o mesmo distribuído a todos, mas todos os que de uma forma ou outra, pudessem ter que dizer algo sobre o tal rascunho.

Posso garantir que se levantaram pequenas questões, prontamente resolvidas, mas que nunca passariam pela cabeça de quem vendo o acto apenas pela sua perspectiva sequer as imaginaria.

No final obteve-se um documento a contento de todos e que cobria todas as situações aplicáveis e uma simples entrega de sandes.

Assim se procedia em cada novo caso que surgisse.

Isto vem a propósito da noticia sobre as coimas aplicadas por excesso de velocidade pelos novos radares implantados em Lisboa.

Não vou discutir a justeza sobre os limites e os sitios onde os mesmos estão "prantados", mas fica-me uma duvida, pode até ser incapacidade minha.

Então as "Alminhas que pariram" aquilo, nunca lhes passou pela cabeça que podendo os ditos radares produzir coimas em catadupa as mesmas iriam entupir por completo os serviços que as tratam, tornando uma acto de punição ao automobilista, num martirio por afogamento, para quem tem que se haver com mais de 2.500 (duas mil e quinhentas), coimas por dia ?

Penso ter ouvido bem o numero.

Cada vez mais se tornou um hábito produzir coisas sem ouvir ninguém, sem atentar nas consequências, baseado apenas num copiar os outros, ou ainda pior num "é assim porque eu sou um génio".

Depois das duas uma, se der certo, que é raro, foi um Director ou semelhante que "pariu a peça", se der para o torto, o mais comum, "é a cambada que não quer trabalhar".

Ou então as coisas são mesmo feitas assim por outros motivos, mas como sou "bom rapaz", não quero acreditar nisso

24 julho, 2007

Clausula de Salvaguarda

Comunico que este blogue não é mantido por um funcionário público durante o horário de trabalho; não está a ser escrito a partir de um computador de um organismo público; não está alojado em nenhum gabinete, nem mesmo do interior de uma instituição da administração pública; não contém nenhum comentário jocoso; não é um insulto; não trata o Ex.mo e Il.mo Sr. Primeiro-Ministro com sentido depreciativo e injurioso; garante a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo “QUERIDO LÍDER”; não demonstra grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção; não viola o dever de lealdade; não procura atingir o Sr. primeiro-ministro; aliás, eu gramo o Sr. Primeiro-Ministro aos molhinhos; Viva o Sr. Primeiro-Ministro!!!)

18 julho, 2007

Os Neo-Grunhos

Já tinhamos os Grunhos de fato de treino e camisa aberta, cordão pendurado bem à mostra, uma revisão dos "pintas" que conheci em tempos.

Agora temos os Neo-Grunhos

Têm como habitat os carros de alta gama, notam-se pela barriga proeminente, alguns, ou pela tentiva de vestir bem, fatos caros aos quais com grande pena retiraram a etiqueta da manga, e camisas de modelo quase sempre errado, o bom gosto raramente acompanha o custo do que trazem enfarpelado.

Deslocam-se com as suas esposas radiosas que se apresentam quais revistas cor-de-rosa ambulantes, e filharada que prima regra geral pela má educação, numa berraria constante.

Quando vão a algum lado, acham-se sempre com direito de preferência seja sobre quem for, tratam os empregados com uma má educação ostensiva, como se todo o mundo existisse apenas para os servir, e já.

Olham quem está à sua volta como pobres infelizes a quem dão a oportunidade de os ver, mas tem sempre por muito pouco tempo, se alguém os fita de frente imediatamente afivelam um ar inquisidor e pronto para uma luta de morte, o mundo só existe porque eles existem.

Naturalmente que falam sempre aos gritos, já que se acham no direito de largar as maiores alarvidades que nunca ninguém terá a mais pequena ideia de os contestar.

Mas a sua preferência especial é guiar as suas bombas, circulam em qualquer lado como se a estrada ou rua fosse toda sua, saltam de faixa para faixa num "chega para lá" constante aos pobres que não tiveram, e na sua opinião, nunca terão a possibilidade de ter as suas fabulosas máquinas, ou em alternativa, bem colados ao carro do pobre da frente, seja na rua estreita, ou na auto-estrada com 3 faixas.

Se param em qualquer sitio, não interessa como, o espaço que determinarem é o seu e acabou, se irão prejudicar alguém é coisa que nem por um instante lhes assomará aos parcos neurónios.

São normalmente "empresários de sucesso", com relacionamentos solidos e estruturas baseadas nuns pobres a quem fazem o favor de deixar trabalhar para eles, de preferência muitos já que são baratos.

Em resumo, são Grunhos, mas um com um pouco verniz de muito má qualidade, daí o poderem ser considerados Neo-Grunhos

Se encontrarem mais qualidades por favor ajudem-me a concluir a personagem.

14 julho, 2007

Meu Tio Avô

Descobri por acaso no site http://amareleja.com.sapo.pt que já menciono no post anterior.

Toda minha vida ouvi falar no meu Tio Avô Manuel Agostinho, alentejano de Amareleja, dizia sempre que havia de morrer num dia de S.Martinho, e cada ano que passava, já com idade avançada, iam-lhe perguntando e ele respondia sempre, que se não tinha sido nesse ano, seria no seguinte. Até que um dia foi mesmo
Dele se conta também, que já com alguma idade, ao pretender subir para um burro, terá dito:
- Deus me ajude !
Subiu por um lado e caiu do outro, levantando-se de pronto logo comentou:
- Deus me ajude mas não tanto !
Mas voltando à sua morte, ficou célebre o seu funeral, o qual preparou com antecedência e para o mesmo deixou em verso as suas ultimas vontades, foram esses versos que agora por mero acaso fui achar, resta acrescentar que tudo foi cumprido até ao mais pequeno detalhe

Rapazes em eu morrendo
Aquele que me acompanhar
20 litros de vinho se hão-de achar
Pois 15 litros já estão sendo
O ano que vem se lá chegar
Ainda posso deixar outros tantos
Para que haja vinho até sobrar

II
Dêem também ao coveiro
Que ainda hoje está servindo
Para beber um copinho
E que faça a cova lizinha
Para não esfolar o traseiro
Se for o José Rita Rafeiro
Que ainda hoje está servindo
Talvez depois em eu indo
Seja outro empregado
Talvez malcriado
Que é isso que eu estou sentindo

III
Já fizemos o pedido
Do nosso amigo leal
De o virmos acompanhar
Até chegar ao jazigo
Este já está servido
Agora que Deus o ajude
Eu já fiz por ele o que pude
Que mais não pude fazer
Mas agora vamos beber
O vinho à sua saúde

IV
Façamos uma parada
No meio desta travessa
Que eu não quero que me esqueça
O nosso amigo de pancada
Bebamos outra golada
Que ainda não se acabou
E não queremos que sobre nada

V
Façamos outra parada
À entrada da Aldeia
Que o amigo já não passeia
E não precisa de nada
Se encimou a jornada
Pois assim estava dado
Quatro foguetes ao rabo
Para que a gente veja
Que houve em Amareleja
Um enterro festejado

VI
Se acaso vier o padre da Póvoa ao enterro
Dêem-lhe vinho sem medo
Antes de chegar à cova
Que aí é que está a prova
Da boa encomendação
E eu como bom cristão
Quero ir bem encomendo
Pois quero ser bem salvaguardo
Lá no Reino da Salvação

Manuel Agostinho Pereira, Amareleja

Nota: Um enterro festejado na Amareleja no dia 11 de Novembro de 1921

Ser Alentejano



Se tivesse que me definir, diria que sou geneticamente alentejano.

Nascido em Lisboa, ali bem no centro, frequesia do Socorro e Maternidade Magalhãos Coutinho, fui levado logo de seguida para a Graça, e por aí fiquei até aos meus 9 anos.


Descansem que não vou fazer a minha biografia.

Da Graça, ficaram as memórias do Campo de Santa Clara, a rua da Voz do Operário e a Escola com o mesmo nome, os miradouros vários e o Castelo de S.Jorge.

Mas, sendo os meus Pais Alentejanos de Amareleja, acontecia-me ir lá parar sempre que o Verão e as férias começavam, era o melhor dos mundos, tinha toda uma imensidão vistas ao meu dispôr, um quantidade tios e primos por todo o lado o que me permitia andar à solta por onde muito bem quisesse e me apetecesse.

Descobria o que era campo e animais, tudo o que tivesse 4 patas era meio de transporte para mim, tirando as mulas do meu primo às quais por serem manhosas nem me aproximava.

Fazia a minha aprendizagem da natureza sem dar nem ter consciencia disso, e mesmo na fala acabava por assimilar o sotaque bem cerrado do Alentejo mais profundo.

Tinha a sua contrapartida, de cabeças partidas, arranhões, sustos pregados à familia, tal como andar montado num cavalo em pelo, curso que tirei no tempo que mediu entre subir e tomar as rédeas e andar, dessa vez não caí, vá lá.

Como ficaram nos olhos e na alma, os tempos passados a ouvir a minha Tia Carolina enquanto fazia os mais deliciosos queijos de cabra, ou me ia contando a história da pretensa aparição da Senhora das Choças, onde ficava o monte, tudo isto ao fim do dia, sentado numa cadeira baixa alí à porta da casa, agarrando o fresco que vinha da noite e vendo ao longe, bem longe, as luzinhas de Espanha, julgo que Valencia del Monboy (perdoem se estiver errado).

Foi assim durante anos que fiz a minha "aprendizagem" de alentejano, já que geneticamente o era.

ps: as fotos foram "arranhadas" aqui : http://amareleja.com.sapo.pt vale a pena ver o site

10 julho, 2007

Sobre o que se vai ouvindo e vendo

Andei uns dias com uma preguiça de escrever, acontece, mesmo distribuindo alguns comentários por vários blogues não me caiam os dedos para alinhar qualquer coisa no meu.

É uma vergonha, se há um blogue é para ser alimentado, e eis-me de volta

Não tinha vontade de fazer comentários sobre a actualidade, mas ela acaba por nos ir entrando por tudo o que é lado e, nada a fazer, está no sangue e não vale a pena fazer de conta que não dou por isso.

- Juntas Médicas, então ao fim de anos e anos conclui-se que uma Junta Médica pode estar dependente da boa ou má vontade de quem não seja médico ou coisa parecida ? Aqueles senhores reunem julgo com pelo menos um médico e depois um amanuense qualquer determina o resultado ? E ninguém sabia disto ? Só ar de espanto do Governo insulta qualquer inteligência por mais básica que seja. O que dirá o Torrinha na palavra Médico ? E Junta ?

- Resolvi fazer uma modificações de fundo cá em casa, paredes abaixo, mudar a cozinha e mobilia toda para rua, escutei o meu filho, os vizinhos, os condóminos, pela cara deles ninguém estava de acordo, mas precisava de um consenso, reuni com a gata da pinta no nariz e com a gata preta, pelo seu silêncio aprovam, vou em frente. Já lhes prometi ração especial nos proximos dias. Acabei de ver uma coisa parecida a abrir os telefornais de hoje.

- Lisboa vai a votos para escolher um novo executivo camarário no dia 15. Vi aos bocados o debate de ontem na RTP, retirei algumas conclusões. Num conjunto de virginais candidatos que nunca tiveram nada a ver com o estado de Lisboa, todos tinham soluções imediatas e milagrosas portanto Lisboa estaria garantida. Mas, há sempre um "mas", foi confrangedor ouvir debitar coisas que nem sonham o que estão a dizer, nuns casos, noutros ainda pior falar do que nem lhes passa pela cabeça, mas que alguém lhes soprou ao ouvido como se fosse algo de muito original. Como se não bastasse uma moderadora aos berros, mal educada com sede estrela de tv pimba, sempre esperei que alguém chamasse a senhora à razão, ou melhor ainda à educação. Resta dizer que não voto em Lisboa, mas nasci no Socorro e cresci na Graça.

E acho que já despejei alguma raiva. Perdoem-me o abuso

Se o tempo ajudar e o sol ficar de vez no seu sitio, sem ventania, volto mais tarde, até lá umas sardinhas, uma salada de tomate bem maduro com orégãos e uma sangria, para quem não poder comer sardinhas arranjo uns carapaus com molho à espanhola ou azeite da Granja e Amareleja.

ps: para fazer inveja a uns blogues que andam por aí (???)

05 julho, 2007

"Quando um homem anda a direito a estrada nunca se entorta".

Dizia Henrique Viana

A frase retirei do DN de hoje, ainda lendo o artigo em causa está o percurso de vida onde me chamou à atenção esta passagem:

Aos 11 anos empregou-se numa loja de fazendas - começou como moço de recados e terminou como caixeiro, já com 18 anos. Foi tipógrafo, empregado num escritório de advogados, vendeu electrodomésticos porta-a-porta e foi funcionário no Ministério das Obras Públicas. Mas Henrique Viana queria mais. Aos 16 anos passou-lhe pela cabeça ser futebolista e foi oferecer-se ao seu clube, o Benfica - mas só aceitavam jovens com 17 anos. Depois, andou com a mania de ser toureiro.

Assenta como uma luva no Calinas que vi no Adoque, nos anos 70, onde se faria do melhor teatro de revista.

Foi chamado para outros palcos onde o elenco de qualidade começa a ser cada vez mais numeroso.

Doí perder referências e gente de tanta qualidade e simplicidade numa altura em que qualquer anormal se coloca em bicos de pés, empurra tudo e todos para se mostrar.

Se calhar ainda sou do tempo em que as carreiras se faziam com trabalho e humildade, coisas cada vez mais em desuso.


01 julho, 2007

Jack Loussier plays Bach, choral Jesus Joy of Man's Desiring

Não resisti a mais este:

Bach-Coral Jesus Alegria dos Homens

Espero que gostem

Já ganhei o dia

Consegui !!!!
Adicionar videos do Youtube, já sei que é fácil
O primeiro está ai em baixo, e ainda mais satisfeito por ser o que é
Espero que se deliciem tanto como eu
Um Bom Domingo.

ps: prometo que vou aprender a meter links

Jacques Loussier Trio - Bach_

Tinha eu cerca de 16 ou 17 anos, trabalhava no Valentim de Carvalho e tive a oportunidade de "ser ensinado" a ouvir.
De entre as mais variados coisas Play Bach-Jacques Loussier foi uma delas.
Lembrei-me há dias e fui pesquisar, não quero de deixar de partilhar.
Tantos anos depois continua fascinante como sempre.
Há por aí várias gravações, dá trabalho a descobri mas vale a pena.
No Yoube também, não percam

28 junho, 2007

Isto Vem de Longe

Mais de 1800 pedreiras estão a laborar ilegalmente em Portugal, estando legalizadas apenas 151. Todas as empresas tinham existência legal até 2002, altura em que entrou em vigor o decreto-lei n.º 270/2001, que regula o sector extractivo no domínio terrestre.

(imaginem quem era o Ministro do Ambiente)
....

Situação que, diz este responsável, ultrapassou, "pela negativa, todos os cenários mais pessimistas", sendo que grande parte dos pedidos de adaptação (mais de quatro centenas) andam ainda "perdidos" entre as direcções regionais dos ministérios do Ambiente e da Economia.

in D.Noticias - 8 de Agosto de 2005 - paula cardoso almeida - coimbra

http://dn.sapo.pt/2005/08/08/tema/ha_mais_1800_pedreiras_ilegais.html

Pesquei o exemplo acima indicado, retirei um bocadinho, mas vale a pena ler o resto.

Há varios anos, dado estar ligado ao sector foi-me contada a forma como esta legislação foi produzida, segundo me disse quem tem uma larguissima experiência, foram ler leis por vários sitios, descobriram uma, julgo que em Espanha, traduziram a coisa e vai de assinar e mandar publicar, está arrumada a questão.

Mas o hábito ficou, e assim tem vindo o Governo a produzir papel, relatórios, estudos comissões e sei lá que mais, onde se acaba por "parir" as mais belas peças, que se não fossem apresentadas como sérias, seriam de certeza escritas pela pena dos Gatos, na sua maioria é muito simples, tesoura e cola e está a andar

Uma ficou-me na memória, depois de um estudo profundo (quanto teria custado ?) descobriram um dia a forma para resolver o problema da Segurança Social, tão simples como isto.

O utente pagava o medicamento por inteiro, remetia a documentação aos serviços competentes e seria reembsolsado depois. Certissimo, todos os problemas resolvidos a ver:

- Fim das dividas à farmácias
- Redução no numero de medicamentos a serem comparticipados
- Dada as dificuldades da maioria dos pensionistas comprariam muito menos medicamentos
- Sem medicamentos acabariam por sucumbir mais dia menos dia
- Reduzia-se drásticamente, por força da natureza e das doenças, o numero de pensionistas em poucos anos

Melhor é impossível, o estudo foi anunciado, andou pelos jornais e depois deve ter recebido ordem parar e silenciar a questão, entretanto a dita Comissão recebeu pela obra-prima produzida claro.

Começam a faltar palavras e a paciência para quem tem o defeito de estar mais ou menos atento.

ps: Desculpem este post estar um bocado baralhado, e ainda não aprendi a fazer links.

27 junho, 2007

E o Carro Já Apareceu

É verdade, já apareceu o carro do meu filho que tinha sido roubado, eu conto.

O carro tinha sido furtado com a chave, não foi assalto, foi distracção que se paga caro.

Entretanto, tinham trocado as chapas de matricula, também roubadas de outra viatura e andava a circular calmamente, até que, um agente da GNR que morava perto do sitio onde costumava ficar parado o carro, notou dois pormenores a ver.

Andavam menores, ou perto disso a conduzir e a matricula era demasiado nova, menos de um ano, para o modelo em causa. Depois de abordar os jovens e retirar a chave, verificou a base de dados, e pelos numeros de matricula e os indicados nos selos de seguro e inspecção chegou até ao proprietário da viatura.

Entrando em contacto, o assunto foi resolvido de imediato.

Num tempo que que se diz cada um por si, é de louvar a atenção do agente da GNR bem como a imediata resposta do carro patrulha da PSP na área, em menos 15 minutos estava tudo controlado.

Alguma sorte, claro que sim, mas mais que as instituições, são as pessoas que as fazem, pena é que muito "iluminado" se esqueça disso, esses nunca ficarão na história.

O meu muito OBRIGADO

22 junho, 2007

Funcionalismo Publico

Nos principios dos anos 70, mesmo no principio, fui admitido numa instituição do Estado, onde acabaria por permanecer até principios de 80.

Na secção onde fui trabalhar, eram mensalmente admitidos mais funcionários, um por mês pelo menos, o que ia causando admiração a quem lá estava e era muito verde nessas coisas, sabia-se que não havia assim tanto trabalho como isso, portanto não fariam sentido tais admissões.

Até que um dia explicaram-me a rir.

O Chefe de Serviço, era assim o titulo do cargo, quer ir a Chefe de Divisão, e isso só se consegue de uma maneira é ampliando o sector, como o que se paga a cada um que entra não é muito e o Director Financeiro não se importa, ele vai ampliando isto devagarinho.

E assim foi, por cada um ou uma que entrava lá nos iamos repartindo o já pouco serviço que tinhamos, claro que ninguém se queixava, a maioria tinha pouco mais de 20 anos e longe de nós questionar fosse o que fosse.

Não duvido que este tipo de atitude se repetiria um pouco por todo lado, conduzindo ao efeito multiplicador de funcionários para que o Chefe pudesse subir de categoria.

Resta dizer que este nunca chegou ao lugar pretendido, mas os que tinham entrado, lá ficaram.

Não é o unico motivo, bem longe de ser o principal, para a actual situação, mas que sucedeu, sucedeu, resta saber se ainda acontece.

Às tantas continua .....

Lembrei-me ao ler o que o Jumento publica num post muito bem escrito.

Retiro só uma parte:

E ao contrário do que se possa pensar o actual governo não está a aproximar os modelos de gestão do Estado aos do sector privado, faltava o fosso entre dirigentes e funcionários que foi criado com o processo de proletarização dos funcionários comuns e mecanismos de enriquecimento e protecção curricular que asseguram que os eleitos pelo poder para as funções de chefia beneficiam de um estatuto de elite independentemente das suas competências para o exercício do cargo, a função de chefia não emana da excelência no exercício de funções de gestão mas sim do facto de se pertencer a uma casta eleita. Se for burro o INA encarrega-se de lhe dar um currículo digno de uma equivalência a um MBA.

e mais adiante

Os funcionários podem ser mal pagos, maltratados, humilhados, desvalorizados, enganados, gozados, despedidos, mas deverão ser cidadãos exemplares no cumprimento das suas obrigações e por isso cria-se legislação especial para eles no pressuposto de que sendo o Estado a pagar-lhes deve haver a certeza de que são cumpridores.

a propósito disto:

«O Governo quer assim cruzar dados tão díspares como a nacionalidade, residência e estado civil dos funcionários, os benefícios sociais a que têm direito, os rendimentos declarados, o património que possuem ou a situação escolar dos seus filhos. Para que tal seja possível, as bases de dados que poderão ser consultadas vão desde os registos da Caixa Geral de Aposentações (CGA), aos da ADSE ou do fisco. Tudo para atingir três objectivos: "controlo do cumprimento das obrigações contributivas; atribuição rigorosa das prestações sociais; prevenção e combate à fraude e evasão contributiva", lê-se no anteprojecto de diploma.» [Público]

ps: vou aprender a fazer links como deve de ser prometo

20 junho, 2007

Musicando


De entre as várias coisas que fiz pela vida uma foi permanente, a musica.


Assim, desde uma editora importante onde trabalhei vários anos, até às mais diversas áreas adjacentes, sempre estive mais ou menos ligado por puro amadorismo à musica e afins,

por causa disso, nos meus 15 anos quando estava num primeiro emprego, ali bem na Praça da Alegria por cima do Maxime, arranjei uma confusão e ia comprar o meu primeiro instrumento.


Tinha "aprendido" com o talher de trinchar carne, batendo num fundo de cadeira que havia lá em casa, o rádio tocava e eu feito Max Roach do 2º esq. lá ia "arriando" a torto e a direito, a coisa até ia bem e estava tudo em plena forma, com o tal 31 arranjado, a primeira bateria por 500.00 escudos, uma fortuna, ia ser minha e já tinha banda à espera.


O pior foi um conjunto de circunstâncias que conjugadas, determinaram que o lançamento do novo musico acabasse por ficar adiado, primeiro o meu Pai ao sentar-se na tal cadeira, o fundo de tanta martelada cedeu e para completar a coisa, também tinha descoberto o tal brilhante negócio que antes mesmo de estar completo ficou desfeito pela sua intervenção.


Nem queiram saber o que foi a conversa na sala de jantar.


Isso não levou a que deixasse de por outras vias me dedicar às musicas, tocando em tudo o que foi bailarico na minha zona e em vários conjuntos durante alguns anos.


Claro que os tempos mudam, hoje qualquer progenitor, ainda sem saber bem se os rebentos de facto querem mesmo e têm um minimo de talento, vá de comprar excelentes instrumentos que as mais das vezes acabam arrumados num canto, ainda bem, alguns acabarão por ser bons musicos e por outro lado o comércio e industria agradece.


Na foto em cima está um Bar que fica em Benfica (Luanda), perto do mercado do Artesanato. Se forem para esses lados um dia, basta perguntar onde é o Artur dos cavalos. A tocar estão uns fulanos que de vez em quando iam lá parar e juntamente com o Artur ficavam tardes inteiras a tocar, sem ensaios, à primeira, como se usa dizer, por puro gozo pessoal e a aquilo até saía bem arranjadinho.

Gatarragem


Foram adoptadas andava eu por bem longe, mas agora moram cá em casa.


A da pinta do nariz foi a primeira e já teve direito a foto, a outra veio por arrasto.


Como são duas "meninas" não há o perigo da reprodução em série, o pior é quando resolvem dar "concertos nocturnos", (um dia ainda vão porta fora), digo eu quando a lua atinge uma fase que nunca entendo.


Não são o Pisca, mas esse foi único.

18 junho, 2007

Bem Longe




Nas terras da Huila, sul de Angola, perto do Lubango, ficam as cascatas, sitio lindo




17 junho, 2007

Livro de Reler, muitas vezes



Dando voltas por aí fui descobrir no Blogue http://comcalma.blogspot.com/ , uma referência a um dos mais doces e fantásticos livros.



de José Rodrigues Miguéis - Escola do Paraíso



É um livro de ler e reler muitas vezes, fala de Lisboa com uma doçura contando uma história de vida, que por ser normal é fantástica na mforma como se vai desenrolando



Não percam



ps: pesquei a foto espero que o autor do blogue não se zangue

Pior que Estragado

É assim mesmo que estou. Roubaram o carro do meu filho.

Um VW Polo - 66-84-US cor cinza

Já sei que há mais que muitos, ainda ontem dei uma volta pelo concelho e claro, são aos montes

Com a participação feita na PSP em Almada, onde foram bastante simpáticos, resta agora esperar e acreditar na sorte.

12 junho, 2007

Perdidos no Nada


Nas minhas voltas por bem longe, aconteceu-me vir a encontrar Portugueses nos mais diversos sitios, estamos por todo o lado não há volta a dar.

Por vezes até é bom, normalmente vamos dar por compatriotas nossos em restaurantes espalhados pelo mundo, o que acaba sempre por ser desastroso, no bom sentido, olha aquele jantar num pequeno restaurante de Joanesburgo, ou bem pior o que se seguiu, especialmente na manhã seguinte que foi tremenda.

Mas não era disso o que queria falar.

Em Angola e não quero falar de Luanda, isso já é um lugar comum, com afirmações bem aberrantes de quem de repente se viu com o que nunca sonhou poder ter. "Quem nunca comeu mel quando come se lambuza".

Indo para mais longe fui encontrar Portugueses nos mais diversos sítios, uns que sempre por lá estiveram, outros por necessidade ou incapacidade foram ficando, ou foram-se ajustando à vida possível.

Por entre amores-desamores, foram-se transformando, sem nunca perderem de vista o seu Benfica/Sporting/Porto, a ordem é arbitrária, os filhos foram acontecendo, é normal nestas paragens e a nova forma de vida foi-lhes entrando pela porta e pela alma.

Bem no meio do mato há gente que vive, não diria adaptada, mas não encontro outro termo, são casos resultantes de idas à procura de melhor vida, confiados muitas vezes em promessas mal explicadas, ou ainda largados à sorte e incapazes de "retornar" ao lugar de origem, quem os convenceu a ir já desapareceu ou pôs-se à margem depois de ter extraído o resultado previsto.

Outros há, que por força de ligações nem sempre claras, foram ficando e sobrevivendo de pequenos trabalhos aqui e ali.

Conheci também quem anos passados, perdeu o porquê de voltar, e já que sempre estiveram ali, então ali continuam, para quê voltar.

Surgem por vezes quase do nada, olhamos e lá estão eles. Nós os que vamos e vimos somos aves raras, porque os que lá estão e vão ficando, sem estar na sua terra já não conseguem olhar o horizonte e procurar ver além do mesmo, o sitio de onde partiram. Nós somos estranhos.

Se são felizes ? Não faço a mais pequena ideia nem nunca perguntei, corria o risco de me dizerem que sim e eu próprio acabar por concordar e ficar também.

A Questão dos Passarinhos

Porque a minha ignorância nestas coisas é total, tirando o facto de já ter aterrado e descolado centenas de vezes em Lisboa, ficam-me algumas duvidas:

- Entre os passarinhos, lindos e ternurentos e um Airbus a passar rentinho aos telhados da Avenida de Roma, qual é a diferença ?

- E se não for o passarinho a cair, mas o outro ?

- Entre um Airbus a aterrar num sitio, e a FA aos tiros no nada para afinar a pontaria nesse mesmo local, qual é a diferença ? Para os passarinhos claro.

Se houver quem me esclareça fico muito mas muito agradecido

08 junho, 2007

Passado algum tempo


Já passou algum tempo sobre o inicio deste blogue, a "coisa" tem vindo a ser interessante.


Porque metade da minha vida me levou para lados onde acabei por estar sempre de modo provisório, nesta fase parece que tudo será definitivo, se é que alguma vez se pode dizer isso, a ver vamos.


Confesso que iniciei a "escrita" sem grandes ideias, ou se calhar com todas e mais algumas. Comentar tudo o que sucede poderia ser uma forma, (já há quem o faça aos montões), então não é por aí o caminho, por onde ir ?


Bom o melhor será talvez ficar apenas por aquilo que me vier à cabeça, ao sabor de cada ideia mais ou menos "parva" ou "iluminada".


Em cada post colocado fica sempre a duvida se estarei a expor-me ou não, há sempre um cuidado, misto de recato próprio e vontade contar coisas que não contariamos aos que nos estão mais proximos, ficará aos eventuais leitores com paciência o descodificar, se tiverem estiverem para aí virados.


Se mais virtude não tiver, ao menos para mim próprio será uma maneira de desfiar devagarinho as vontades nunca cumpridas, e as outras perdidas, ou melhor ainda a maneira de poupar dinheiro em terapias mais ou menos rebuscadas.


Quando alguém ler isto, não vai entender nada, peço desculpa um dia pode acontecer que me resolva e ser mais claro.

07 junho, 2007

A Não Perder


Se por acaso passarem por Almada, vale a pena visitar o Palácio da Cerca, está aberto durante o dia.


Pela fabulosa vista sobre Lisboa, e mais ainda pelas exposições que por lá vão acontecendo.


Confesso que eu próprio não vou lá há algum tempo, tenho que reparar isso.


Fica na parte velha da cidade, bem perto do Miradouro, atenção a subida é ingreme mas faz-se bem.


Mesmo em frente fica a CercadaNoite, um Barzinho do Jorge e da Inês, também estou em falta e muito.

Como se tivesse sido escrito ontem

Poeta castrado não!

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:

ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;

e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa
- mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal
- mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

José Carlos Ary dos Santos