01 maio, 2008

Que Gozo nos Dá


Revi agora o espectáculo das Vozes de Abril, e revi a Maria do Amparo a cantar com a filha Lucia Moniz.


A Lucia tem mais ou menos a idade do meu filho, e lembro sempre tempos idos uma troca palavras em que falavámos das cantigas para os miudos e como eram vertiginosamente efémeras, elas a Lucia a Irmã e o meu traquinavam ali à volta nos seus 4 ou 5 anos, marimbando-se para conversas de adultos.


Sabe sempre bem revêr, e mais ainda o gozo imenso que transmitiam por cantarem as duas.


Quem já passou por estas coisas, sabe que o melhor de tudo é sentir um gozo imenso por estar a cantar e tudo nos parecer perfeito, como se estivessemos a flutuar, é tudo tão fácil, saí tudo tão simples e claro, se houver publico ainda melhor, e se conseguirem sentir isso então fica tudo perfeito.


Às vezes acontece !!

28 abril, 2008

Fantasmas


Foi-me oferecido há dias quando fiz anos, torci um pouco o nariz, mas acabou por se tornar numa surpresa muito agradável.


Uma visão de Espanha e dos seus Fantasmas, mais ou menos "arrumados" no sotão, mas sempre muito presentes.


Escrito por um Inglês a viver em Espanha há mais de 10 anos, consegue ter a distância de ver tudo do lado de fora, e ao mesmo tempo sentir todos os dias os tais "fantasmas" a passarem e a viverem no seu quotidiano.


Só mais uma nota, com o seu ar calhamaço, mais de 500 páginas lê-se quase de uma assentada

25 abril, 2008

25 de ABRIL SEMPRE


Porque foi o dia em que me deixaram acreditar em todos os sonhos, será sempre o dia em que volto sempre a sonhar, mesmo que nos outros seja cada vez mais ceptico.


Não interessa, eu quero e tenho direito ao sonho, não os meus sonhos pessoais, mas os sonhos colectivos, felizmente sou do tempo de acreditar, espero nunca perder essa capacidade.


Vou contar uma coisa engraçada


Por volta de finais de Março de 1974, feito musico ambulante de banda fim de semana, demos por nós a tocar em Grandola, a Sociedade já não me lembro o nome, e lá pelo fim da noite, sem nada que o motivasse acabámos a cantar o Grandola Vila Morena, assim sem mais nem menos, nem ensaios, à primeiro como se usa dizer nas musicas


Anos depois ao reeencontrar companheiros dessas noitadas de musicos, dizia um deles, só tempos depois percebi.


Era o nosso tempo de sonhar, nos nossos vinte anos tinhamos direito a tudo
ps: roubei a imagem aqui mesmo ao lado do Cantigueiro

20 abril, 2008

Raphael. Mi jaca. 1991

Tal como já disse por aí, os meus Pais eram de Amareleja, terra que fica ali mesmo ao lado da raia de Espanha, quase frente a Valencia del Momboy (espero ter escrito certo).

Sempre os conheci falando e lendo em espanhol (castelhano), e uma das recordações da minha infância era uma cantiga que minha Mãe trauteava ou cantava por inteiro, com uma voz perfeita e um timbre que ainda hoje recordo com a saudade natural.

Lembro-me do refrão "Mi Jaca Galopa corta al viento....", fiz uma pesquisa e não é que achei no Youtube.

Pode não ser um grande Pasodoble, mas para mim é a minha quase canção de embalar

Já agora "Jaca" equivale a "égua"

23 março, 2008

Palavras Perdidas

Foi há mais de 15 anos, que as palavras se alinharam, começavam assim:

Foi quando me tiraste o pôr do sol vermelho
Da ilha tão bonita do meu sonho,
Que pude o claro acento certo,
Do assento inutil breve onde me ponho
.....

do resto não me lembro nem sei por onde andará, ou se o voltarei a ver ou ter completo

Novos Brinquedos ou talvez não


Confesso que comprei o "brinquedo" por impulso, durante algum tempo foi utilizado como um simples telemóvel, até um dia.

Depois andei por aí a ver coisas, a espiolhar aqui e ali, com os receios naturais de quem de repente nota que afinal o tal "bicho" tem coisas do outro mundo, pelo menos para mim assim foi.

Chamam-se PDA, não procurei a tradução, e têm potencialidades imensas, de tal modo que acaba por se tornar algo viciante a busca constante de novas aplicações e determinar novos usos.

Sendo em termos simples um computador de bolso, assim se chamam em inglês, PPC-Pocket PC, podem levar com quase tudo, desde uma folha de Excell, ao acesso à Internet, passando por programas incríveis, a escolha é imensa e para além de alguns serem pagos, há ainda outros totalmente grátis.

Julgo que é a tecnologia do futuro, aplicado já por muitas empresas para os mais diversos fins, começa a estar muito espalhado por aí.

Antes que me esqueça, também faz e recebe chamadas.

Nas voltas de descobrir o meu, fui dar com um site que recomendo vivamente a quem queira começar a descobrir coisas, http://www.pocketpt.net/ , Mobilidade sem Segredos, julgo ser gerido por uma equipa de gente muito nova, mas com potencialidade tremendas, foram eles por exemplo que fizeram um programa que nos dá fotos instântaneas das várias camaras fixas das Estradas de Portugal.

Em resumo, podemos ter o mundo no bolso a qualquer hora, claro que os equipamentos ainda não são baratinhos.
Só uma nota final ninguém me paga para dizer bem destas "coisas", nem me façam perguntas sobre qual escolher, ficaria sem resposta.

01 março, 2008

Marco Correio

Havia uma cantiga assim há muito tempo


Ontem dei com esta Caixa e confesso que fiquei bem apreensivo, a foto é do telemóvel, dai a qualidade


Depois queixam-se que se escreve cada vez menos.....

28 fevereiro, 2008

Olhar a Morte

Habituei-me a lidar com a morte de perto, não vem ao caso os porquês, nem a minha profissão tem a ver com tal situação, foi a vida.

Mas não deixo de a olhar, sempre que por qualquer motivo sucede, e de um modo ou outro me toca mais fundo.

Quem de nós não teve já, perante uma morte observada e nos sensibiliza, a vontade de trocar e ser ele próprio o actor do acto que observa, sem dramas, apenas porque sim.

Dificil de Dizer

Obrigado, parece ser cada vez mais uma palavra difícil de dizer.

Cresci num tempo em que "obedece quem deve", logo tudo o que fizessemos era nem mais nem menos que a nossa obrigação, o nosso "estrito dever", se na escola ou mais tarde já na vida activa algo sucedesse, desde que estive cumprido era assunto arrumado, o nosso "dever" cumprido.

Felizmente que apenas me passou de raspão tal forma de agir, no entanto, passados tantos anos e com o evoluir das sociedades, não voltámos a esses tempos, mas parece que se age da mesma maneira.

A menina da caixa do supermercado só tem que fazer o trabalho dela, não se distingue do aparelho que lê as etiquetas, não existe, é peça igual ao balcão.

Gestões há em que a fúria das rentabilidades estatisticas, só conhece uma forma de lidar com as pessoas, apontar erros, descobrir falhas e punir os responsáveis, um trabalho feito a tempo e horas, cumprindo metas e objectivos, não é mais que a obrigação, se exceder as expectativas, então ainda melhor, mais pontos para as estatisticas que irão premiar a gestão.

Dizer obrigado a quem nos coloca o café à frente no balcão do café ao lado é a coisa mais simples, no minimo sinto-me bem por ter dito isso.

Já agora, obrigado por visitarem este blogue e terem a paciência de o ler

Sete Letras - (enquanto a gente for viva)

Esta palavra Saudade
Sete letras de ternura
Sete letras de ansiedade
E outras tantas de aventura
Esta palavra saudade
A mais bela e a mais pura
Sete letras de verdade
E outras tantas, de loucura
Sete pedras, sete cardos
Sete facas e punhais
Sete beijos que são dados
Sete pecados mortais
Esta palavra saudade
Dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta,
fica na cama a chorar
Esta palavra saudade
Sabe a sumo de limão
Tem um travo de amargura,
Que nasceu no coração
Ai palavra amarga e doce
estrangulada na garganta
Palavra com se fosse
o silêncio, que se canta
Meu cavalo imenso e louco
a galopar na distância
Entre o muito e entre o pouco,
que me afasta da infância
Esta palavra saudade
é a mais prenha de pranto,
como um filho que nascesse
Por termos sofrido tanto
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Esta palavra saudade
sabe ao gosto das amoras
Cada vez que tu não vens,
cada vez que tu demoras
Ai palavra amarga e doce,
debruçada na idade
Palavra como se fossemos
resto de mocidade
Marcada por sete letras
a ferro e a fogo no tempo
Ai, palavra dos poetas
que a disparam contra o vento
Esta palavra saudade
dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta
fica na cama a chorar
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva


J. C. Ary dos Santos, cantado por Simone de Oliveira

um dos belissimos poemas do Zé Carlos