31 julho, 2007

Cavalo á Solta - Fernando Tordo (Ary dos Santos)

Do melhor que se compôs e escreveu em Português.
Na minha modesta opinião

Joan Manuel Serrat - Mediterráneo

Mais uma daquelas coisas que me foram dadas a ouvir há muito tempo.

Espero que disfrutem e para quem não conhece que descubra

29 julho, 2007

O que nos pode suceder

Conheci há dias uma personagem, que depois de alguns telefonemas e conversas aqui e ali, resolvemos dar-nos ao conhecimento num clássico café, para nos vermos "ao vivo e a cores".

Tudo bem, marcada a hora lá compareci no local.

Eis se não quando o café já estava transformado para num jantar seguido de cinema, havia um filme que lhe interessava, resta dizer que eu era o ultimo a saber de tal plano, devia apenas limitar-me a seguir as instruções.

Só para ver até onde ia a confusão entre velocidade e precipitação lá fui, assim numa espécie de "boa acção", realmente se me perguntarem como era o filme, nem me lembro, sobre o jantar foi surrealista, mas nem conto, imaginem.

Coisas que sucedem e que esperamos sempre não repetir.

Resta acrescentar que cumpro todos os requisitos para poder meter-me em alhadas destas sem outro inconveniente que não seja o chegar ao fim chateado comigo mesmo.

Raios partam o assador ou o carvão

Disse-me logo que eram demais, as 4 douradas que resolvi preparar para o almoço de hoje com o meu filho, comecei a acender o dito lume bem cedinho, o desgraçado trocou-me as voltas e já passavam das 14 horas e ainda pacientemente as douradas não atavam nem destavam.

Lá se foram comendo meio grelhadas no carvão, meio sushi à portuguesa.

A fome era tanta que marcharam todas, mas isso já sabia desde a hora em que as comprei.

Que o grelhador e o carvão esteve quase a ir pela pela varanda fora, isso esteve.

Foi um almoço tão ecológico que nem um vinhito branco fresquinho apareceu, compensei com no final com um nespresso e uma aguardente velha, um homem não é de ferro.

Posts ao acaso

Porque é domingo e estou sem nada para fazer, ou que me apeteça mesmo fazer, deu-me para ir "chutando" posts pequeninos sobre tudo e sobre nada

27 julho, 2007

Há coisas bem simples, julgo eu !


Tive em tempos a oportunidade de trabalhar numa empresa, que pela sua enorme dimensão internacional, necessitava de ter procedimentos que tornassem os seus actos dos mais complexos aos mais simples, iguais onde quer que se encontrasse.

Era norma corrente dizer-se que, se não havia procedimento aplicável, então havia que o criar de imediato.

Um dia, por uma questão tão simples como fornecer sandes a pessoal externo à empresa, mas a trabalhar para a mesma, antes de iniciar esse fornecimento, foi necessário "escrever" o tal procedimento a aplicar.

O que seria apenas uma questão de contar as ditas sandes e saber quem as pagaria, coisas de contabilistas, por força do hábito em uso foi feito um rascunho, e o mesmo distribuído a todos, mas todos os que de uma forma ou outra, pudessem ter que dizer algo sobre o tal rascunho.

Posso garantir que se levantaram pequenas questões, prontamente resolvidas, mas que nunca passariam pela cabeça de quem vendo o acto apenas pela sua perspectiva sequer as imaginaria.

No final obteve-se um documento a contento de todos e que cobria todas as situações aplicáveis e uma simples entrega de sandes.

Assim se procedia em cada novo caso que surgisse.

Isto vem a propósito da noticia sobre as coimas aplicadas por excesso de velocidade pelos novos radares implantados em Lisboa.

Não vou discutir a justeza sobre os limites e os sitios onde os mesmos estão "prantados", mas fica-me uma duvida, pode até ser incapacidade minha.

Então as "Alminhas que pariram" aquilo, nunca lhes passou pela cabeça que podendo os ditos radares produzir coimas em catadupa as mesmas iriam entupir por completo os serviços que as tratam, tornando uma acto de punição ao automobilista, num martirio por afogamento, para quem tem que se haver com mais de 2.500 (duas mil e quinhentas), coimas por dia ?

Penso ter ouvido bem o numero.

Cada vez mais se tornou um hábito produzir coisas sem ouvir ninguém, sem atentar nas consequências, baseado apenas num copiar os outros, ou ainda pior num "é assim porque eu sou um génio".

Depois das duas uma, se der certo, que é raro, foi um Director ou semelhante que "pariu a peça", se der para o torto, o mais comum, "é a cambada que não quer trabalhar".

Ou então as coisas são mesmo feitas assim por outros motivos, mas como sou "bom rapaz", não quero acreditar nisso

24 julho, 2007

Clausula de Salvaguarda

Comunico que este blogue não é mantido por um funcionário público durante o horário de trabalho; não está a ser escrito a partir de um computador de um organismo público; não está alojado em nenhum gabinete, nem mesmo do interior de uma instituição da administração pública; não contém nenhum comentário jocoso; não é um insulto; não trata o Ex.mo e Il.mo Sr. Primeiro-Ministro com sentido depreciativo e injurioso; garante a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo “QUERIDO LÍDER”; não demonstra grave desinteresse pelo cumprimento dos deveres gerais de lealdade e correcção; não viola o dever de lealdade; não procura atingir o Sr. primeiro-ministro; aliás, eu gramo o Sr. Primeiro-Ministro aos molhinhos; Viva o Sr. Primeiro-Ministro!!!)

18 julho, 2007

Os Neo-Grunhos

Já tinhamos os Grunhos de fato de treino e camisa aberta, cordão pendurado bem à mostra, uma revisão dos "pintas" que conheci em tempos.

Agora temos os Neo-Grunhos

Têm como habitat os carros de alta gama, notam-se pela barriga proeminente, alguns, ou pela tentiva de vestir bem, fatos caros aos quais com grande pena retiraram a etiqueta da manga, e camisas de modelo quase sempre errado, o bom gosto raramente acompanha o custo do que trazem enfarpelado.

Deslocam-se com as suas esposas radiosas que se apresentam quais revistas cor-de-rosa ambulantes, e filharada que prima regra geral pela má educação, numa berraria constante.

Quando vão a algum lado, acham-se sempre com direito de preferência seja sobre quem for, tratam os empregados com uma má educação ostensiva, como se todo o mundo existisse apenas para os servir, e já.

Olham quem está à sua volta como pobres infelizes a quem dão a oportunidade de os ver, mas tem sempre por muito pouco tempo, se alguém os fita de frente imediatamente afivelam um ar inquisidor e pronto para uma luta de morte, o mundo só existe porque eles existem.

Naturalmente que falam sempre aos gritos, já que se acham no direito de largar as maiores alarvidades que nunca ninguém terá a mais pequena ideia de os contestar.

Mas a sua preferência especial é guiar as suas bombas, circulam em qualquer lado como se a estrada ou rua fosse toda sua, saltam de faixa para faixa num "chega para lá" constante aos pobres que não tiveram, e na sua opinião, nunca terão a possibilidade de ter as suas fabulosas máquinas, ou em alternativa, bem colados ao carro do pobre da frente, seja na rua estreita, ou na auto-estrada com 3 faixas.

Se param em qualquer sitio, não interessa como, o espaço que determinarem é o seu e acabou, se irão prejudicar alguém é coisa que nem por um instante lhes assomará aos parcos neurónios.

São normalmente "empresários de sucesso", com relacionamentos solidos e estruturas baseadas nuns pobres a quem fazem o favor de deixar trabalhar para eles, de preferência muitos já que são baratos.

Em resumo, são Grunhos, mas um com um pouco verniz de muito má qualidade, daí o poderem ser considerados Neo-Grunhos

Se encontrarem mais qualidades por favor ajudem-me a concluir a personagem.

14 julho, 2007

Meu Tio Avô

Descobri por acaso no site http://amareleja.com.sapo.pt que já menciono no post anterior.

Toda minha vida ouvi falar no meu Tio Avô Manuel Agostinho, alentejano de Amareleja, dizia sempre que havia de morrer num dia de S.Martinho, e cada ano que passava, já com idade avançada, iam-lhe perguntando e ele respondia sempre, que se não tinha sido nesse ano, seria no seguinte. Até que um dia foi mesmo
Dele se conta também, que já com alguma idade, ao pretender subir para um burro, terá dito:
- Deus me ajude !
Subiu por um lado e caiu do outro, levantando-se de pronto logo comentou:
- Deus me ajude mas não tanto !
Mas voltando à sua morte, ficou célebre o seu funeral, o qual preparou com antecedência e para o mesmo deixou em verso as suas ultimas vontades, foram esses versos que agora por mero acaso fui achar, resta acrescentar que tudo foi cumprido até ao mais pequeno detalhe

Rapazes em eu morrendo
Aquele que me acompanhar
20 litros de vinho se hão-de achar
Pois 15 litros já estão sendo
O ano que vem se lá chegar
Ainda posso deixar outros tantos
Para que haja vinho até sobrar

II
Dêem também ao coveiro
Que ainda hoje está servindo
Para beber um copinho
E que faça a cova lizinha
Para não esfolar o traseiro
Se for o José Rita Rafeiro
Que ainda hoje está servindo
Talvez depois em eu indo
Seja outro empregado
Talvez malcriado
Que é isso que eu estou sentindo

III
Já fizemos o pedido
Do nosso amigo leal
De o virmos acompanhar
Até chegar ao jazigo
Este já está servido
Agora que Deus o ajude
Eu já fiz por ele o que pude
Que mais não pude fazer
Mas agora vamos beber
O vinho à sua saúde

IV
Façamos uma parada
No meio desta travessa
Que eu não quero que me esqueça
O nosso amigo de pancada
Bebamos outra golada
Que ainda não se acabou
E não queremos que sobre nada

V
Façamos outra parada
À entrada da Aldeia
Que o amigo já não passeia
E não precisa de nada
Se encimou a jornada
Pois assim estava dado
Quatro foguetes ao rabo
Para que a gente veja
Que houve em Amareleja
Um enterro festejado

VI
Se acaso vier o padre da Póvoa ao enterro
Dêem-lhe vinho sem medo
Antes de chegar à cova
Que aí é que está a prova
Da boa encomendação
E eu como bom cristão
Quero ir bem encomendo
Pois quero ser bem salvaguardo
Lá no Reino da Salvação

Manuel Agostinho Pereira, Amareleja

Nota: Um enterro festejado na Amareleja no dia 11 de Novembro de 1921

Ser Alentejano



Se tivesse que me definir, diria que sou geneticamente alentejano.

Nascido em Lisboa, ali bem no centro, frequesia do Socorro e Maternidade Magalhãos Coutinho, fui levado logo de seguida para a Graça, e por aí fiquei até aos meus 9 anos.


Descansem que não vou fazer a minha biografia.

Da Graça, ficaram as memórias do Campo de Santa Clara, a rua da Voz do Operário e a Escola com o mesmo nome, os miradouros vários e o Castelo de S.Jorge.

Mas, sendo os meus Pais Alentejanos de Amareleja, acontecia-me ir lá parar sempre que o Verão e as férias começavam, era o melhor dos mundos, tinha toda uma imensidão vistas ao meu dispôr, um quantidade tios e primos por todo o lado o que me permitia andar à solta por onde muito bem quisesse e me apetecesse.

Descobria o que era campo e animais, tudo o que tivesse 4 patas era meio de transporte para mim, tirando as mulas do meu primo às quais por serem manhosas nem me aproximava.

Fazia a minha aprendizagem da natureza sem dar nem ter consciencia disso, e mesmo na fala acabava por assimilar o sotaque bem cerrado do Alentejo mais profundo.

Tinha a sua contrapartida, de cabeças partidas, arranhões, sustos pregados à familia, tal como andar montado num cavalo em pelo, curso que tirei no tempo que mediu entre subir e tomar as rédeas e andar, dessa vez não caí, vá lá.

Como ficaram nos olhos e na alma, os tempos passados a ouvir a minha Tia Carolina enquanto fazia os mais deliciosos queijos de cabra, ou me ia contando a história da pretensa aparição da Senhora das Choças, onde ficava o monte, tudo isto ao fim do dia, sentado numa cadeira baixa alí à porta da casa, agarrando o fresco que vinha da noite e vendo ao longe, bem longe, as luzinhas de Espanha, julgo que Valencia del Monboy (perdoem se estiver errado).

Foi assim durante anos que fiz a minha "aprendizagem" de alentejano, já que geneticamente o era.

ps: as fotos foram "arranhadas" aqui : http://amareleja.com.sapo.pt vale a pena ver o site

10 julho, 2007

Sobre o que se vai ouvindo e vendo

Andei uns dias com uma preguiça de escrever, acontece, mesmo distribuindo alguns comentários por vários blogues não me caiam os dedos para alinhar qualquer coisa no meu.

É uma vergonha, se há um blogue é para ser alimentado, e eis-me de volta

Não tinha vontade de fazer comentários sobre a actualidade, mas ela acaba por nos ir entrando por tudo o que é lado e, nada a fazer, está no sangue e não vale a pena fazer de conta que não dou por isso.

- Juntas Médicas, então ao fim de anos e anos conclui-se que uma Junta Médica pode estar dependente da boa ou má vontade de quem não seja médico ou coisa parecida ? Aqueles senhores reunem julgo com pelo menos um médico e depois um amanuense qualquer determina o resultado ? E ninguém sabia disto ? Só ar de espanto do Governo insulta qualquer inteligência por mais básica que seja. O que dirá o Torrinha na palavra Médico ? E Junta ?

- Resolvi fazer uma modificações de fundo cá em casa, paredes abaixo, mudar a cozinha e mobilia toda para rua, escutei o meu filho, os vizinhos, os condóminos, pela cara deles ninguém estava de acordo, mas precisava de um consenso, reuni com a gata da pinta no nariz e com a gata preta, pelo seu silêncio aprovam, vou em frente. Já lhes prometi ração especial nos proximos dias. Acabei de ver uma coisa parecida a abrir os telefornais de hoje.

- Lisboa vai a votos para escolher um novo executivo camarário no dia 15. Vi aos bocados o debate de ontem na RTP, retirei algumas conclusões. Num conjunto de virginais candidatos que nunca tiveram nada a ver com o estado de Lisboa, todos tinham soluções imediatas e milagrosas portanto Lisboa estaria garantida. Mas, há sempre um "mas", foi confrangedor ouvir debitar coisas que nem sonham o que estão a dizer, nuns casos, noutros ainda pior falar do que nem lhes passa pela cabeça, mas que alguém lhes soprou ao ouvido como se fosse algo de muito original. Como se não bastasse uma moderadora aos berros, mal educada com sede estrela de tv pimba, sempre esperei que alguém chamasse a senhora à razão, ou melhor ainda à educação. Resta dizer que não voto em Lisboa, mas nasci no Socorro e cresci na Graça.

E acho que já despejei alguma raiva. Perdoem-me o abuso

Se o tempo ajudar e o sol ficar de vez no seu sitio, sem ventania, volto mais tarde, até lá umas sardinhas, uma salada de tomate bem maduro com orégãos e uma sangria, para quem não poder comer sardinhas arranjo uns carapaus com molho à espanhola ou azeite da Granja e Amareleja.

ps: para fazer inveja a uns blogues que andam por aí (???)

05 julho, 2007

"Quando um homem anda a direito a estrada nunca se entorta".

Dizia Henrique Viana

A frase retirei do DN de hoje, ainda lendo o artigo em causa está o percurso de vida onde me chamou à atenção esta passagem:

Aos 11 anos empregou-se numa loja de fazendas - começou como moço de recados e terminou como caixeiro, já com 18 anos. Foi tipógrafo, empregado num escritório de advogados, vendeu electrodomésticos porta-a-porta e foi funcionário no Ministério das Obras Públicas. Mas Henrique Viana queria mais. Aos 16 anos passou-lhe pela cabeça ser futebolista e foi oferecer-se ao seu clube, o Benfica - mas só aceitavam jovens com 17 anos. Depois, andou com a mania de ser toureiro.

Assenta como uma luva no Calinas que vi no Adoque, nos anos 70, onde se faria do melhor teatro de revista.

Foi chamado para outros palcos onde o elenco de qualidade começa a ser cada vez mais numeroso.

Doí perder referências e gente de tanta qualidade e simplicidade numa altura em que qualquer anormal se coloca em bicos de pés, empurra tudo e todos para se mostrar.

Se calhar ainda sou do tempo em que as carreiras se faziam com trabalho e humildade, coisas cada vez mais em desuso.


01 julho, 2007

Jack Loussier plays Bach, choral Jesus Joy of Man's Desiring

Não resisti a mais este:

Bach-Coral Jesus Alegria dos Homens

Espero que gostem

Já ganhei o dia

Consegui !!!!
Adicionar videos do Youtube, já sei que é fácil
O primeiro está ai em baixo, e ainda mais satisfeito por ser o que é
Espero que se deliciem tanto como eu
Um Bom Domingo.

ps: prometo que vou aprender a meter links

Jacques Loussier Trio - Bach_

Tinha eu cerca de 16 ou 17 anos, trabalhava no Valentim de Carvalho e tive a oportunidade de "ser ensinado" a ouvir.
De entre as mais variados coisas Play Bach-Jacques Loussier foi uma delas.
Lembrei-me há dias e fui pesquisar, não quero de deixar de partilhar.
Tantos anos depois continua fascinante como sempre.
Há por aí várias gravações, dá trabalho a descobri mas vale a pena.
No Yoube também, não percam