31 maio, 2007

Alda Lara

Foi cantada, se não estou em erro por Teresa Tarouca num belissimo fado. O poema é sublime.

Pelas vezes que o ouvi em Luanda e ainda há pouco tempo no Cordeiro, (catedral do fado vadio no Estoril, nunca sei o caminho para lá), por uma Amiga de muitos Fados, não resisti a ir buscá-lo.

Testamento À prostituta mais nova
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...

E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...

Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...

E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.

Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...

Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...

Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...

Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque. Benguela, Angola, 9.6.1930 - Cambambe, Angola, 30.1.1962). Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova veio para Lisboa onde concluiu o 7º ano do Liceu. Freqüentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, licenciando-se por esta última. Em Lisboa esteve ligada a algumas das atividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos

Adaptar segundo o Governo


O Metro Sul Tejo, depois da explicação do Ministro, adaptou-se ......

30 maio, 2007

O Pisca Arranhou

O Pisca tem vindo a "catar" alguns sites por aí, como bom curioso que é.

Resolvi criar os respectivos "links".

Quando achar mais que julgue serem interessantes, mesmo no meu fraco critério, vou acrescentando mais "arranhadelas"

29 maio, 2007

è cada vez mais verdade

Lí há pouco:

Cada vez menos se vale pelo que somos,

Mas pelo que conseguimos pagar ........

Que raio de vida !

Foi Bonita a Festa Pá !


Foi bonita a festa, só faltou mesmo, foi o MEU BELÉM ganhar, mas...... tinha que ser mesmo quase quase no final ?


Para o ano há mais ......


Afinal o Sporting precisava daquilo como do pão para a boca, e nós somos boa gente

25 maio, 2007

Miradouro da Lua




Perto de Luanda




Já vem de trás

Todos os dias somos confrontados com sucessivas declarações mais ou menos iluminadas que se resumem a uma unica ideia, para "meter na ordem" seja o que fôr "há pessoal a mais, vamos cortar pessoal".

Não resisto a contar isto:

Nos anos 80, uma das maiores petrolíferas americanas, entretanto "comida" por outra, estava num processo de redução de custos.

Ordem para todo o seu universo, e era à escala mundial, é preciso reduzir custos, quer dizer pessoal.

Num país centro africano o Director Geral fez um estudo profundo, reuniu os seus mais directos colaboradores, debateram profundamente as questões, pesaram os prós e os contras, quer operacionais quer económico-financeiros e tomaram uma decisão.

Despediram um jardineiro. Acho que ganhava o equivalente e 50 dolares norte americanos mensais.

Nesse mesmo dia celebraram com um jantar o facto de terem cumprido os objectivos impostos pelos "gurus" da corporação.

Como dizia alguém, se os gestores matam a cabeça a tirar cursos, mestrados, doutouramentos e sei lá que mais, para encontrarem com unica forma de sanear as empresas o despedir pessoal, isso qualquer merceeiro (sem ofensa) o faria, e muito mais barato.

21 maio, 2007

Perolas Pescadas

Pérolas do comentarismo futebolês:

II - A arte Nacional: Ditos de Outros artistas nacionais dignos do Grande gabriel alves

David Borges: "Aí vai, Luiz Henrique, já passou pelo primeiro, vai rematar, remata RASTEIRO - POR CIMA da barra!!!

"Rui Tovar após um golo:"Acabámos de assistir a um golo substantivo que não pode ser adjectivado.

"Francisco Figueiredo: "…Ena! Excelente… Amaral… a vantagem de ter um olho para cada lado!

"Joaquim Meirim: "Desde que o jogo começa, há sempre a hipótese de acontecer um golo…

"Comentador: "Lá vai Paneira no seu estilo inconfundível….. (pausa)….. oh não, é o Veloso

"Comentador: "Dos jogadores que estão a aquecer, Hélder foi o que já tirou os calções.

"Comentador: "...e o árbitro foi agora atingido por um objecto estranho, provavelmente atirado por um TELESPECTADOR...

"No decorrer de um qualquer jogo do Felgueiras, a dado momento surge na imagem um "banner" da claque com o seguinte dizer:
"NON STOP BOYS"Comentário rápido do locutor desportivo que estava de serviço:"Aí está, o público a pedir - NÃO PAREM RAPAZES

"Comentador:"Centro bem tirado por Didier Lang - a bola A SUBIR e depois... a DESCER! - Sim senhora, excelente!

"Carlos Daniel faz a seguinte pergunta a um outro comentador:
"…o que achas que o Benfica ganhou com esta substituição?
"Resposta do outro comentador:
"Penso que o Benfica GANHOU MENOS um recuperador de bola...

"Ao intervalo, Diamantino afirma:
"Estamos a jogar bem, conseguimos marcar o 1-0… na segunda parte iremos trabalhar para marcar o segundo 0"

"O Mister apostou em mim... agora não posso DESFRALDA-LO"

A Primeira parte

Já foi jogado o ensaio e como todo o ensaio geral que preze, se correr bem depois o espectáculo é um desastre.

Para além disso, há que dar alento aos gaiatos para os motivar.

O Meu Querido BELÉM jogou com a equipa B, também têm direito.

No domingo há mais, mas agora é a sério.

BORA BELÈM

18 maio, 2007

Coisas que sucedem

De entre as várias coisas, por onde já passei, e fiz, as mais da vezes mal sucedido, também escrevinhei letras (poemas diria se tivessem qualidade para isso).

Uma delas foi a que se segue, está feita em cima de uma musica, e um dia até foi cantada em Luanda.

Porque não a quero perder



Nessa manhã em que chegaste à minha beira,
E abrindo os braços me disseste, estou aqui,
Pude colher a flor mais doce, da roseira,
Pude chegar ao mais profundo que há em ti,
Nessa manhã, o sol girou à nossa volta,
Como um milagre o nosso Amor, acontecia,
Ave cantando ou talvez, pássaro à solta,
Voando breve na manhã, daquele dia,
Nessa manhã, em que sorriste um obrigado
Agradecendo o Amor tão louco, por te amar,
Sereno e calmo ali fiquei por um bocado,
E o instante breve ganhou asas, p'ra voar


desculpem qualquer coisinha

17 maio, 2007

Uma Foto


Aconteceu por razões profissionais, que depois de ter "andado" por Angola acabar por ir ter ao Lubango (antiga Sá da Bandeira), terra linda de ficar sem respiração pelo muito que nos entra pelos olhos.


Não vou falar dos sitios do costume.


Também pelas mesmas razões deslocava-me com regularidade até às zonas da Chibia, e mais ainda, 40 quilometros por picada até ao meio do mato.


Sucedeu uma dia numa dessas viagens, acompanhado sempre com a minha máquina, no disparar a torto e direito ir dar com a imagem que acima vos mostro.


A cara ficou aí e esses olhos grandes como a lonjura que se alcançava do sitio onde ele olhava para mim, junto ao bebedouro dos bois, perto do que julgo ser a Mãe e os mais habitantes do sitio.


Onde morava não sei, é normal na zona constituirem-se vários povoados, com as suas regras ancestrais e transmitidas de geração em geração.


Aprenderá desde muito pequeno como viver, não digo sobreviver, porque a sua sabedoria será imensa na forma como lida com o que o rodeia e como ultrapassa as dificuldades.


Terá um amor aos animais em especial ao gado, constituirá para ele a riqueza maior.


Ao cruzarmos a picada quase não os vemos, mas estão lá e sabem de nós, o que fazemos e quem somos, porque passamos ali com alguma regularidade, são até capazes de dizer o que fazemos em cada dia que por ali vamos, mais ou menos devagar, assim a estrada o permita.


Não sei se terá ido à escola para aprender a ler e a escrever, provavelmente a que existe ou deveria existir, terá todas as dificuldades se é que terá inclusivé alguém que possa ensinar.


Acabará por crescer por ali, certamente sem documentos, sem telemóvel, sem tvcabo, sem shopping center, sem tenis de marca.


Aprenderá tudo o que terra lhe vai ensinando e os "Mais Velhos", como se diz, lhe irão transmitindo.


Só espero que uma malária mal curada não o vá ceifar, por dificuldade de assistência ou tratamento tradicional mal gerido.


O mais certo é que nunca mais o venha ver.


Mas fica aqui o olhar de meio espanto e com muito orgulho de si mesmo.


Para os que estando em Luanda, pouco mais passam além das redondezas também fica esta imagem

Emplastros

Para quem julgue que o unico emplastro com carteira profissional, se encontra no Porto, estão enganados.

Há mais

Costuma aparecer nas tvs um "Emplastro" que só pode ser "leão", a defender os animaizinhos. Pela forma como fala, aí de nós se olharmos sequer de lado um pobre animal, seja ele qual for, devemos no seu entender, ser condenados a pena maior ou degredo para as Ilhas Selvagens, no minímo.

Há dias foi de ir à lagrimas com o despejar "bujarda" atrás de "bujarda" a propósito de cães mais ou menos perigosos. Um veterinário ao lado, estava perfeitamente siderado com tanta alarvidade junta.

Mas que o Emplastro continua a sua lida isso continua, como tem tempo de antena isso não sei, agora são as touradas, está na época como as meloas.

Aí está uma coisa que não discuto, ou se gosta ou não, e eu gosto.

15 maio, 2007

A Falta que faz




Fechou porque nada é eterno, mas que faz falta isso faz.




Um Abraço ao Zé

A Duplicar


O meu BELENENSES vai ter que jogar a duplicar com o Sporting, assim uma espécie de jogo a duas mãos.


Se acontecer um resultado a favor do BELÉM, e espero que aconteça no jogo do campeonato, é para pagar um outro há muitos anos nas Salésias, em que nos tiraram nos ultimos minutos um titulo, para o "dar" ao Benfica.


No caso da Taça de Portugal, é uma festa, vamos ver se lá irei estar, e claro ver o troféu a caminho do Restelo


BORA BELÉM


ps: um pouco hirudoide (oops capaz de estar errado), e isso passa
adicional : Jornal Records (15/05/07)
24 de Abril de 1955. O Sporting, através de um golo de Martins a quatro minutos do fim, retirava ao Belenenses a hipótese de se sagrar campeão nacional pela segunda vez na sua história, acabando o Benfica por festejar o título.
Hoje, 52 anos depois, a história pode repetir-se, mas ao contrário, caso o Belenenses ganhe pontos na deslocação a Alvalade, porque é, igualmente, o Benfica a equipa que pode sair beneficiada, pelo menos para garantir o acesso directo à Liga dos Campeões.

11 maio, 2007

Luanda


Numa foto bem recente a partir da Fortaleza, o meu amigo MM que me perdoe.

A propósito de nada

Há umas figuras com cartão vitalício para falar sobre seja o que for nas tvs e em especial, nos horários nobres.

Pior que tudo, acabam na maioria das vezes por debitar inutilidades absolutas, despejando amontoados de frases feitas sem o mais pequeno sentido, como verdades absolutas.

Falo de Paulo Portas e o seu oposto Francisco Louçã, se bem que este tenha indo a ser ofuscado pelo Sá Fernandes.

Quando ligo a tv de manhã, temo sempre que aparecem a explicar em que dia estamos, mas lá chegaremos.

Como se não bastasse, o ar babado de alguns "entrevistadores" .

Tenho que arranjar um comando anti-gente desta.

Já repararam ?

Por necessidade, acabei hoje ao meio da tarde por ir comprar umas coisas a um hipermercado, não digo o nome porque não me pagam para isso.

Mais uma vez reparei no habitual, sempre que temos à nossa frente uma Senhora a pagar, temos um compasso de espera, que se eterniza.

Abre a mala, tira a carteira, procura dinheiro, conta o dinheiro, guarda o dinheiro, procura o cartão multibanco, dá o cartão, proceda à digitação do respectivo código, recebe o cartão, guarda o mesmo na carteira, volta a abrir a mala, guarda a carteira, e finalmente, aleluia !!!!!

Pega nos sacos e nós podemos passar à respectiva caixa.

Da próxima vez reparem....

Claro que também há uns fulanos que ainda conseguem fazer pior.....

09 maio, 2007

Especialistas

Em cada caso mais ou menos trazido para a discussão publica, assiste-se cada vez mais a fenómenos intrigantes.

Por um lado, e basta ler os comentários às noticias, desatam a aparecer "especialistas", no assunto em causa dando os seus palpites como verdades absolutas, que se não fossem na sua maioria de rir até às lágrimas, acabam outros por ser em si mesmos doentios pela falta de meio dedo de inteligência e bom senso.

Estaria assim provada a pouca ou nenhuma necessidade de cultura ou conhecimento, temos, economistas, financeiros, juristas e recentemente especialistas em investigação criminal, se levasse-mos a sério a maioria dos tais "comentários".

Ao menos podiam ficar apenas pelo futebol, é bem mais salutar.

Um outro fenómeno, este muito mais preocupante, é assistir diariamente nas tvs, e é quase transversal, ao convite feito a verdadeiros especialistas, para colocarem o seu "carimbo" nos delírios dos entrevistadores, os quais, feitos "papagaios de orelha", vão debitando afirmações e, quando as mesmas não correspondem às respostas dos entendidos no assunto, quase os insultam, desviando a conversa, interrompendo a despropósito e colocando questões que não lembrariam a ninguém pela sua cretinice.

Se no primeiro caso, os comentários, o direito ao disparate está incluído nos direitos do cidadão, no segundo é bem pior, chama-se distorcer a verdade, manipular as pessoas e se tal não bastasse, ausencia de educação, ao menos isso deveriam ter, aprende-se entre os 4 e os 12 anos, depois ....... não há charme que a substitua.

Vem ao caso, depois de ouvir na SIC (09.05.2007), jornal da noite, uma das pivots de serviço quase a insultar um dirigente da Assoc.Sindical da Judiciária, faltando apenas mandá-lo calar.

07 maio, 2007

Canção Grata



Nas minhas "fadistices" por terras de Luanda, sucedeu cantar um fado, que pela sua particularidade e belissimo poema, está, no meu entender, entre as mais belas palavras cantadas.
Ao falar dele ao Nito, o próprio ficou espantado já que anos havia, que ninguém lhe tinha pedido tal acompanhamento.
Criado por Teresa Silva Carvalho, tem nas palavras de Carlos Queiroz, um dos mais belos poemas de despedida.
Sobre Carlos Queiroz, descobri isto:
José Carlos Queirós Nunes Ribeiro (1907-1949) nasceu em Lisboa e faleceu em Paris. Frequentou a Faculdade de Direito de Coimbra, tendo colaborado em várias revistas, tais como Presença, e Contemporânea, com poesias e artigos de crítica literária. Recebeu em 1935 o Prémio Antero de Quental do Secretariado de Propaganda Nacional com a obra Desaparecido. Foi director das revistas Panorama (1941) e Litoral (1944). A amizade de Carlos Queirós com Fernando Pessoa levou a que este último tivesse uma relação amorosa com sua irma, Ofélia Queirós. Obras: Desaparecido (1935), Breve Tratado de Não-Versificação (1948), Homenagem a Fernando Pessoa (ensaio-1936). Toda a sua poesia se encontra no volume póstumo Poesia de Carlos Queirós (1966).




A Canção Grata


Por tudo o que me deste: — Inquietação, cuidado,
(Um pouco de ternura? E certo, mas tão pouco!)
Noites de insónia, pelas ruas, como um louco...
Obrigado, obrigado!


Por aquela tão doce e tão breve ilusão.
(Embora nunca mais, depois que a vi desfeita,
Eu volte a ser quem fui),
sem ironia: aceita
A minha gratidão!


Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
— Mais forte, mais sereno, e livre, e descuidado...
Sem ironia, amor: — Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste!


Na foto os acompanhantes e a sua infindável paciência .......
e já agora um outro poema do mesmo autor:
NA CIDADE NASCI
Na cidade, quem olha para o céu?
É preciso que passe o avião...
Quem me dera o silêncio, a solidão,
Onde pudesse, alguma vez, ser eu!
Na cidade nasci; nela nasceu
A minha dispersiva inquietação;
E o meu tumultuoso coração
Tem o pulsar caótico do seu.
A! Quem me dera, em vez de gasolina,
O cheiro da terra húmida, a resina,
A flores do campo, a leite, a maresia!
Em vez da fria luz que me alumia,
O luar sobre o mar, em tremulina...
– Divina mão compondo uma poesia.

04 maio, 2007

À Mesa em Casa

Por circunstâncias da vida, sucede-me con frequência defrontar-me com o dilema de ir comer a qualquer lado ou, acabar por comer em casa.

O comer fora, e para mais sozinho, tem uma vantagem, deve ser unica, não tenho que pensar e fazer a comida.

Ir a qualquer lado acaba sempre por ser uma odisseia já repetida, e que confesso procuro evitar.

Se não vejamos:

1-Entrado no sitio da comezaina, há que procurar uma mesa, a mais pequena se possível, que normalmente, fica no pior sitio, junto ao wc, debaixo de uma televisão aos berros ou então junto à porta da entrada.

2 - Um empregado que nos olha com desprezo, "lá vem mais um comer uma sopa e o prato mais barato com água a acompanhar".

3 - O serviço é feito o mais rápido possível, valha isso, mas tão rápido que só falta atirarem o prato pelo ar, na esperança que o abocanhemos de uma vez e larguemos a loja de imediato.

4 - Se já formos conhecidos na casa, o que não é fácil, levamos com o empregado a comentar todos os outros clientes de cada vez que passa à nossa beira.

5 - Acabamos por comer em 10 minutos, ou menos e rua.

E podia estar aqui a enumerar mais, mas fico por aqui.

Como até gosto de cozinhar, e às vezes com sucesso, acabo por ficar em casa, escolher aquelas coisas às vezes elaboradas, e deliciar-me frente à tv, num zapping em cada garfada

Devo excluir de tudo isto a Tasca do Zé, mas essa fechou e agora estou orfão de boca. Eu e mais uma quantidade de gente.

03 maio, 2007

Vivó METRO em Almada




Já está a andar e já o vi, ainda não o usei porque ....., já sei o carro.




Mas é muito giro e parece-me até agradável, um dia destes eu vou andar para o sentir, entretanto espero pelo resto das linhas, mesmo sabendo que descer e Avenida até Cacilhas vai ser um pandemónio por alguns tempos.




Aguardemos




Ao mesmo tempo lembrei-me das camionetas da Piedense que me levavam até casa, e quando iam para a Costa da Caparica davam voltas e voltas num nunca mais acabar de estrada, mas era giro, pior pior era ir À Amareleja e demorar um dia inteiro, mas isso são outros contos




Deixar de Fumar

Um comentário notável, feito no Portugal Diário sobre as novas leis anti-tabaco, não resisti a copiar

Tenho 42 anos, fumava desde os 17 anos, nos ultimos anos um maço por dia, em Abril de 2006 deixei o tabaco.Já antes tinha tentado: na 1ª gravidez deixei de um dia para o outro, mas um ano depois voltei a fumar;na 2ª gravidez, enjoei o tabaco e mantive-me sem ele durante 2 anos, voltei a fumar pelos mesmos motivos de sempre, dás a 1ª passa, sabe horrivelmente, mas persistes recomeçar com um cigarro e dai a uns meses estás no limite; tentei reduzir sem sucesso, dava por mim tempos depois a fumar quase o dobro, era compulsivo.
Em 2006 fartei-me.
Fartei-me dos aumentos no tabaco e da hipocrisia de saber que o grosso do preço do maço de cigarros eram impostos para as garras do governo.
Fartei-me da hipocrisia das campanhas publicitárias e das leis antitabaco.
Fartei-me da estupidez dos colegas não fumadores, prontos a cairem em cima de nós, mesmo à saida da porta da rua ainda nem sequer tinha acendido o cigarro.
Fartei-me dos ex-fumadores frustrados, que intimavam toda a gente ao seu redor para não fumar durante as constantes tentativas frustradas com "adesivos de nicotina", e que logo que voltavam ao vicio fumavam em todo o lado e estavam-se nas tintas para toda a gente.
Pois é, um dia fartei-me.
Fui de fim-de-semana, deitei o tabaco no lixo e não voltei a pegar num cigarro.
Durante as primeiras semanas custou-me a alma. A minha tolerancia desceu ao zero. Se alguem me dizia alguma coisa levava resposta pronta, directa e sem papas na lingua.
Foi dificil, foi à bruta, e meses depois a minha médica de familia quando soube disse-me que devia ter feito isso com acompanhamento ou medicação de substituição.
Tretas.
Deixava de sustentar o estado e as tabaqueiras com o dinheiro do tabaco, para passar a sustentar as farmaceuticas com dinheiro em comprimidos, pastilhas e adesivos de nicotina?Deixei de fumar e ponto.
Porque me fartei de ser escrava do vicio e do sistema que o rodeia.
Porque pela primeira vez vi que estava a ser manipulada por todos os lados, e percebi que o acto de largar tem que ser voluntário, nosso, e não dos outros.
Presentemente podem fumar ao meu lado, que eu obviamente sinto a falta do cigarro no dedo, ou depois do café, ou quando vou a um bar e não tenho um cigarro de intervalo entre as bebidas.
Mas cheguei até aqui, apenas 1 ano depois, com total consciencia que a tentação é para toda a vida.
Com a consciencia de que não posso sequer voltar a cair em tentação.
Simplesmente NÃO POSSO nunca mais VOLTAR a fumar.
Porque nada me garante que numa proxima vez conseguiria voltar a ter a mesma RAIVA que me levou a deixar de fumar.
Fiquei com a sensação que foi daquelas coisas que nos acontecem apenas uma vez na vida.

Este depoimento talvez me ajude a seguir o exemplo e também ter a mesma RAIVA, se acontecer eu conto.

Até lá, onde estão as leis que irão proibir aquela cortina de fumo que podemos ver no Rossio ou pela Avenida da Liberdade ao meio da tarde ? Será do tabaco ? Ou aí a coisa muda de figura ?

Jogo de Crianças


Uma das maravilhas da natureza que me foram dadas a ver, tem o nome de Fenda da Tundavala, também situada na Huila, ao sul de Angola.


Um dia destes coloco fotos da mesma


Mas gostava de vos falar do que vi quando me deslocava para o sitio em questão. Qual jogo de criança, que tivesse estado a arrumar peças, umas por cima das outras, encontrei estes enormes blocos, notem que o carro passava pelo meio e os montes eram razoavelmente altos.


A foto talvez não ajude, mas aqui vai


Ao Fim do Dia


Uma foto tirada na cidade do Lubango, para quem não conhece fica na Huila, Sul de Angola.


Ao fim do dia olhando o céu, este vermelho intenso foi o mote para algumas fotos, aqui vai uma.


02 maio, 2007

O Medo e os Bufos

Entre as várias pessoas que se cruzaram na minha vida, tive o privilégio de conhecer e conviver um pouco há alguns anos, com o Baptista Bastos.

Hoje li um artigo de opinião que não resistí a "copiar".


'SOCIALISMO' DA DELAÇÃO Baptista-Bastos

O programa Portugal - Um Retrato Social, de António Barreto e Joana Pontes, levanta uma pergunta dilemática: que parte de responsabilidade temos no estado das coisas se, no menu do nosso dia-a-dia, o medo é um dos pratos de substância? Não somos como somos por acasos da fortuna. E já fomos o que há muito deixámos de ser. "Vivemos numa sociedade precaucionista, a forma mais cobarde de dissimular o medo", costuma dizer o Fernando Lopes, meu velho companheiro de tudo, que projectou, nos filmes Belarmino e Nós por Cá Todos Bem, os fantasmas dos nossos maus augúrios. Barreto e Joana Pontes têm-nos fornecido, através da RTP, amplos motivos de reflexão sobre o íntimo destino de um estranhíssimo povo, mais propenso a caucionar o arbitrário e a admitir, resignado, o tirano, do que a fazer de cada momento da sua história um marco de consciência cívica. Quando um governo "socialista" promove a delação como conduta, e consubstancia a infâmia num folheto sórdido, tal acontece porque ainda nos encontramos moralmente enfermos. Logo após Abril, os números do aviltamento sobressaltaram os espíritos mais cândidos: quatro milhões de portugueses com ficha na PIDE, e cerca de quatrocentos mil informadores. Agora, na Socratolândia, propõe-se a setecentas mil pessoas que delatem, sugerindo-lhes que praticam uma acção moralizante quando se trata de procedimento desonroso. Este Governo, incapaz de cortar cerce a raiz da corrupção, avilta-nos a todos, ao acirrar à denúncia. E, ao incorrer no crime de corrupção moral, coloca-se na zona da delinquência que propugna punir. Três séculos de Inquisição deram cabo do assomadiço que éramos. O terror da fogueira, a purificação das almas, o preço da salvação com que a Igreja pagava a denunciantes colocou-nos no lazareto espiritual. O mar desconhecido infundia-nos apreensão e susto. Não tanto quanto o dedo indicador do vizinho despeitado, do familiar desavindo, da amante abandonada.Portugal - Um Retrato Social procede ao retrospecto de uma política, a salazarista, concebida como variante da infâmia. Porém, o que ocorre nesta "democracia", notoriamente avariada, confunde-se com a indecência de um tempo em que, profusas vezes, permitimos que o mal se convertesse em fatalidade inelutável. A democracia deve suscitar inquietações éticas nos cidadãos, nunca inspirá-los para cometimentos repugnantes. Com base no princípio da decência, a recusa à delação configura o mais nobre direito à desobediência. E o delator não passa de um vulgar canalha. Assim como quem o fomenta e exalta.

Vivó BELÉM


Já sei que poderá ser teimosia, mas é assim mesmo, depois de ter ido às Salésias, passando pelo "pontapé-nas-costas", bancada de madeira à entrada, acabei por ficar contaminado, tinha então 5 ou 6 de idade. Belenenses p'ra sempre.


Sabiam por exemplo que no Lubango-Angola (antiga Sá da Bandeira), o primeiro clube filial foi do Belenenses ? Foi-me dito com toda a garantia.


Mas este ano o Meu Belém está em 4º lugar, está na final da Taça de Portugal.


Para uma equipa que andou meses sem saber onde jogar é obra


Como dizem os meus vizinhos da Trafaria:


- BÓRA BELÉM

01 maio, 2007

1º de Maio

Acordei hoje cheio de vontade de voltar ao Blogue, e mais, depois andar por aqui a dar voltas ao aspecto do "fulano", lá achei o que me parecia ser mais ajustado ao meu gosto, esclareço já que para mim qualquer côr é bonita desde que seja azul, ponto final.

Uma resalva, sempre me dei muito mal com as virgulas, se estiverem no sitio errado são livres de as mudar para onde muito bem entenderem.

Mas adiante hoje é dia 1º de Maio.

O Sol que está aqui na minha zona fez-me lembrar outros 1ºs de Maio, e a festa que foi cada vez que lá subia a Almirante Reis numa participação civíca com a familia toda, e o mais importante, a prometer em cada esquina montes de gelados aos mais pequenos

- Estamos quase lá ! (e ainda mal tinhamos saído do Martim Moniz)

Não irei falar do resto, mas na memória fica o lanche num snack ali para os lados da Alameda, mais perto da Morais Soares, onde fomos descobrir uma caracoletas assadas com um molho picante fabuloso (quem não gostar pode passar à frente)

E finalmente os gelados e tudo o mais de prémio às pequenas pernas que tinham aguentado estoicamente (que remédio), mais um dia de participação militante.

Não sei se foi dos gelados, ou dos litros de Coca Cola, mas todos eles se mantêm coerentemente militantes.

Ou se calhar, foi o efeito do galão com caracóis que a Joana (mais pequena e terrível) fazia sempre questão de pedir.