28 fevereiro, 2008

Olhar a Morte

Habituei-me a lidar com a morte de perto, não vem ao caso os porquês, nem a minha profissão tem a ver com tal situação, foi a vida.

Mas não deixo de a olhar, sempre que por qualquer motivo sucede, e de um modo ou outro me toca mais fundo.

Quem de nós não teve já, perante uma morte observada e nos sensibiliza, a vontade de trocar e ser ele próprio o actor do acto que observa, sem dramas, apenas porque sim.

Dificil de Dizer

Obrigado, parece ser cada vez mais uma palavra difícil de dizer.

Cresci num tempo em que "obedece quem deve", logo tudo o que fizessemos era nem mais nem menos que a nossa obrigação, o nosso "estrito dever", se na escola ou mais tarde já na vida activa algo sucedesse, desde que estive cumprido era assunto arrumado, o nosso "dever" cumprido.

Felizmente que apenas me passou de raspão tal forma de agir, no entanto, passados tantos anos e com o evoluir das sociedades, não voltámos a esses tempos, mas parece que se age da mesma maneira.

A menina da caixa do supermercado só tem que fazer o trabalho dela, não se distingue do aparelho que lê as etiquetas, não existe, é peça igual ao balcão.

Gestões há em que a fúria das rentabilidades estatisticas, só conhece uma forma de lidar com as pessoas, apontar erros, descobrir falhas e punir os responsáveis, um trabalho feito a tempo e horas, cumprindo metas e objectivos, não é mais que a obrigação, se exceder as expectativas, então ainda melhor, mais pontos para as estatisticas que irão premiar a gestão.

Dizer obrigado a quem nos coloca o café à frente no balcão do café ao lado é a coisa mais simples, no minimo sinto-me bem por ter dito isso.

Já agora, obrigado por visitarem este blogue e terem a paciência de o ler

Sete Letras - (enquanto a gente for viva)

Esta palavra Saudade
Sete letras de ternura
Sete letras de ansiedade
E outras tantas de aventura
Esta palavra saudade
A mais bela e a mais pura
Sete letras de verdade
E outras tantas, de loucura
Sete pedras, sete cardos
Sete facas e punhais
Sete beijos que são dados
Sete pecados mortais
Esta palavra saudade
Dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta,
fica na cama a chorar
Esta palavra saudade
Sabe a sumo de limão
Tem um travo de amargura,
Que nasceu no coração
Ai palavra amarga e doce
estrangulada na garganta
Palavra com se fosse
o silêncio, que se canta
Meu cavalo imenso e louco
a galopar na distância
Entre o muito e entre o pouco,
que me afasta da infância
Esta palavra saudade
é a mais prenha de pranto,
como um filho que nascesse
Por termos sofrido tanto
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Esta palavra saudade
sabe ao gosto das amoras
Cada vez que tu não vens,
cada vez que tu demoras
Ai palavra amarga e doce,
debruçada na idade
Palavra como se fossemos
resto de mocidade
Marcada por sete letras
a ferro e a fogo no tempo
Ai, palavra dos poetas
que a disparam contra o vento
Esta palavra saudade
dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta
fica na cama a chorar
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva


J. C. Ary dos Santos, cantado por Simone de Oliveira

um dos belissimos poemas do Zé Carlos

17 fevereiro, 2008

De volta ao Pisca

Já sei que tenho andando muito afastado do Pisca, tudo se tem conjugado para que tal tenha sucedido, mas cá vim dar um saltinho, e mais ainda, peguei na máquina e também lhe fui dar uso, andei ali pelos lados do Pragal, tinha tempo e sei de um sitio engraçado para olhar longe e tentar uns "bonecos", aqui vão:


Mais acima:


O dia estava um pouco enevoado, mas a contraluz deu para esta: