10 julho, 2007

Sobre o que se vai ouvindo e vendo

Andei uns dias com uma preguiça de escrever, acontece, mesmo distribuindo alguns comentários por vários blogues não me caiam os dedos para alinhar qualquer coisa no meu.

É uma vergonha, se há um blogue é para ser alimentado, e eis-me de volta

Não tinha vontade de fazer comentários sobre a actualidade, mas ela acaba por nos ir entrando por tudo o que é lado e, nada a fazer, está no sangue e não vale a pena fazer de conta que não dou por isso.

- Juntas Médicas, então ao fim de anos e anos conclui-se que uma Junta Médica pode estar dependente da boa ou má vontade de quem não seja médico ou coisa parecida ? Aqueles senhores reunem julgo com pelo menos um médico e depois um amanuense qualquer determina o resultado ? E ninguém sabia disto ? Só ar de espanto do Governo insulta qualquer inteligência por mais básica que seja. O que dirá o Torrinha na palavra Médico ? E Junta ?

- Resolvi fazer uma modificações de fundo cá em casa, paredes abaixo, mudar a cozinha e mobilia toda para rua, escutei o meu filho, os vizinhos, os condóminos, pela cara deles ninguém estava de acordo, mas precisava de um consenso, reuni com a gata da pinta no nariz e com a gata preta, pelo seu silêncio aprovam, vou em frente. Já lhes prometi ração especial nos proximos dias. Acabei de ver uma coisa parecida a abrir os telefornais de hoje.

- Lisboa vai a votos para escolher um novo executivo camarário no dia 15. Vi aos bocados o debate de ontem na RTP, retirei algumas conclusões. Num conjunto de virginais candidatos que nunca tiveram nada a ver com o estado de Lisboa, todos tinham soluções imediatas e milagrosas portanto Lisboa estaria garantida. Mas, há sempre um "mas", foi confrangedor ouvir debitar coisas que nem sonham o que estão a dizer, nuns casos, noutros ainda pior falar do que nem lhes passa pela cabeça, mas que alguém lhes soprou ao ouvido como se fosse algo de muito original. Como se não bastasse uma moderadora aos berros, mal educada com sede estrela de tv pimba, sempre esperei que alguém chamasse a senhora à razão, ou melhor ainda à educação. Resta dizer que não voto em Lisboa, mas nasci no Socorro e cresci na Graça.

E acho que já despejei alguma raiva. Perdoem-me o abuso

Se o tempo ajudar e o sol ficar de vez no seu sitio, sem ventania, volto mais tarde, até lá umas sardinhas, uma salada de tomate bem maduro com orégãos e uma sangria, para quem não poder comer sardinhas arranjo uns carapaus com molho à espanhola ou azeite da Granja e Amareleja.

ps: para fazer inveja a uns blogues que andam por aí (???)

2 comentários:

Coca disse...

Caro Pisca,
Partilho da sua preguiça e estico-me como os nossos gatos sempre que olho para o blogue. Infelizmente, a preguiça, como poderá reparar, tem caído por terra aqui no DN, o que só contribui para a minha irritação.
Sobre as juntas médicas, não sei se teve oportunidade de ouvir o presidente da junta, médico, que deu o aval final considerando que o professor estava apto para o trabalho. O problema, amigo Pisca, não me parece que seja o facto de a junta ser ou nao constituida apenas por médicos. O problema é a forma como o sistema, desumanizado, funciona. E parece-me muito trapalhona esta reacção governamental de tapar o Sol com a peneira, fazendo de conta que agora com médicos esta situação não se volta a repetir. Mas sabe que também nós temos culpa, porque todos nós sabemos e fomos tendo conhecimento ao longo da vida de pessoas que estão aptas para o trabalho e que passam sucessivamente por juntas médicas, mantendo-se de baixa ad eternum.

Sobre as obras, e olhe que sei bem do que falo, rezo por si e desejo-lhe as maiores felicidades. A mudança é sempre bem-vinda e faz falta, mas prepare o seu fígado para as irritações sucessivas, pra os atrasos nos prazos, para o trabalho mal feito. Enfim, amigo Pisca não deixe de ser atento e vigilante sobre o que deseja efectivamente mudar. (Pobres gatas, nem sabem como o seu silêncio lhe será penoso no seu descanso).

Sobre o debate ou a moderadora nem uma palavra.

E bem, por fim, pois fique sabendo que este meu estado de mental está tão malzinho que me esqueci que este fim-de-semana até estou a trabalhar. (É mesmo bom, fim-de-semana de eleições, né?) Portanto, ainda não é desta que vou comer as sardinhas que os meus pais me prometem há três semanas. (Não havia necessidade de me falar do azeite da Amareleja, caramba). Depois disto, espero uma reacção de solidariedade, no minimo com uma fotografia das sardinhas e da sangria, para eu poder ficar a babar para o computador, enquanto trabalho afanosamente em prol do bem comum.
E sim, pela parte que me toca, conseguiu picar-me de inveja e fez-me crescer água na boca às 11 da manhã.

Ninas disse...

A mim faz-me inveja ...