27 julho, 2007

Há coisas bem simples, julgo eu !


Tive em tempos a oportunidade de trabalhar numa empresa, que pela sua enorme dimensão internacional, necessitava de ter procedimentos que tornassem os seus actos dos mais complexos aos mais simples, iguais onde quer que se encontrasse.

Era norma corrente dizer-se que, se não havia procedimento aplicável, então havia que o criar de imediato.

Um dia, por uma questão tão simples como fornecer sandes a pessoal externo à empresa, mas a trabalhar para a mesma, antes de iniciar esse fornecimento, foi necessário "escrever" o tal procedimento a aplicar.

O que seria apenas uma questão de contar as ditas sandes e saber quem as pagaria, coisas de contabilistas, por força do hábito em uso foi feito um rascunho, e o mesmo distribuído a todos, mas todos os que de uma forma ou outra, pudessem ter que dizer algo sobre o tal rascunho.

Posso garantir que se levantaram pequenas questões, prontamente resolvidas, mas que nunca passariam pela cabeça de quem vendo o acto apenas pela sua perspectiva sequer as imaginaria.

No final obteve-se um documento a contento de todos e que cobria todas as situações aplicáveis e uma simples entrega de sandes.

Assim se procedia em cada novo caso que surgisse.

Isto vem a propósito da noticia sobre as coimas aplicadas por excesso de velocidade pelos novos radares implantados em Lisboa.

Não vou discutir a justeza sobre os limites e os sitios onde os mesmos estão "prantados", mas fica-me uma duvida, pode até ser incapacidade minha.

Então as "Alminhas que pariram" aquilo, nunca lhes passou pela cabeça que podendo os ditos radares produzir coimas em catadupa as mesmas iriam entupir por completo os serviços que as tratam, tornando uma acto de punição ao automobilista, num martirio por afogamento, para quem tem que se haver com mais de 2.500 (duas mil e quinhentas), coimas por dia ?

Penso ter ouvido bem o numero.

Cada vez mais se tornou um hábito produzir coisas sem ouvir ninguém, sem atentar nas consequências, baseado apenas num copiar os outros, ou ainda pior num "é assim porque eu sou um génio".

Depois das duas uma, se der certo, que é raro, foi um Director ou semelhante que "pariu a peça", se der para o torto, o mais comum, "é a cambada que não quer trabalhar".

Ou então as coisas são mesmo feitas assim por outros motivos, mas como sou "bom rapaz", não quero acreditar nisso

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