20 junho, 2007

Musicando


De entre as várias coisas que fiz pela vida uma foi permanente, a musica.


Assim, desde uma editora importante onde trabalhei vários anos, até às mais diversas áreas adjacentes, sempre estive mais ou menos ligado por puro amadorismo à musica e afins,

por causa disso, nos meus 15 anos quando estava num primeiro emprego, ali bem na Praça da Alegria por cima do Maxime, arranjei uma confusão e ia comprar o meu primeiro instrumento.


Tinha "aprendido" com o talher de trinchar carne, batendo num fundo de cadeira que havia lá em casa, o rádio tocava e eu feito Max Roach do 2º esq. lá ia "arriando" a torto e a direito, a coisa até ia bem e estava tudo em plena forma, com o tal 31 arranjado, a primeira bateria por 500.00 escudos, uma fortuna, ia ser minha e já tinha banda à espera.


O pior foi um conjunto de circunstâncias que conjugadas, determinaram que o lançamento do novo musico acabasse por ficar adiado, primeiro o meu Pai ao sentar-se na tal cadeira, o fundo de tanta martelada cedeu e para completar a coisa, também tinha descoberto o tal brilhante negócio que antes mesmo de estar completo ficou desfeito pela sua intervenção.


Nem queiram saber o que foi a conversa na sala de jantar.


Isso não levou a que deixasse de por outras vias me dedicar às musicas, tocando em tudo o que foi bailarico na minha zona e em vários conjuntos durante alguns anos.


Claro que os tempos mudam, hoje qualquer progenitor, ainda sem saber bem se os rebentos de facto querem mesmo e têm um minimo de talento, vá de comprar excelentes instrumentos que as mais das vezes acabam arrumados num canto, ainda bem, alguns acabarão por ser bons musicos e por outro lado o comércio e industria agradece.


Na foto em cima está um Bar que fica em Benfica (Luanda), perto do mercado do Artesanato. Se forem para esses lados um dia, basta perguntar onde é o Artur dos cavalos. A tocar estão uns fulanos que de vez em quando iam lá parar e juntamente com o Artur ficavam tardes inteiras a tocar, sem ensaios, à primeira, como se usa dizer, por puro gozo pessoal e a aquilo até saía bem arranjadinho.

1 comentário:

Anónimo disse...

É verdade, belas tardes agora só resta a recordação e a saudade.
O Centro Hipico já não existe.
O Artur agora vive no Huambo,antiga Nova Lisboa.
Qualquer dia vamos até lá.

Continua a escrever e a recordar esta Angola feiticeira que a todos encanta.